terça-feira, 29 de junho de 2021

Há um ano, Rio Claro colapsou por falta de leitos: o que mudou?

Segundo os critérios da OMS, Rio Claro está no mais alto patamar de risco de transmissão.

 Eduardo Kokubun - Unesp

 

Há um ano, em 28/06/2020, Rio Claro estava no 96.º dia após o registro do primeiro caso de Covid-19 no município. A cidade retrocedeu para a fase vermelha que permitia o funcionamento somente de serviços essenciais: saúde, farmácia, supermercados e padarias. O registro de 29 novos casos e duas mortes levou à ocupação máxima dos 79 leitos. A média móvel de 7 dias foi de 33 novos casos, 8 óbitos em 7 dias e 492 casos ativos. O prefeito à época declarou, em entrevista que anunciou a implantação da fase vermelha, que "Parte da sociedade não observou a importância do distanciamento."

Ontem, 28/06/2021, chegamos ao 462.º dia, com o registro de 58 novos casos e duas mortes com a ocupação de 118 leitos, que corresponde a 68% do total disponível. A média móvel de 7 dias foi de 80 novos casos, 17 óbitos em 7 dias e 937 casos ativos. É a 11.ª semana da fase vermelha de transição do Plano São Paulo.



Após 365 dias, registramos 100% mais novos casos, igual número de mortes, mas a taxa de ocupação de leitos caiu 32%. A média móvel de novos casos aumentou 142%, de óbitos em 7 dias em 49% e de casos ativos 90%. A pandemia piorou, exceto pela ocupação de leitos, que aliviou porque mais leitos foram instalados na cidade: passou de 79 a 173, um aumento de 120%.

Para dimensionar a gravidade da pandemia, recorremos a um documento publicado pela OMS em 14/06/2021, com as recomendações para o enfrentamento da pandemia. É um documento com recomendações atualizadas para o enfrentamento da pandemia, considerando o avanço da vacinação, da imunização natural e surgimento de novas variantes. Uma atualização importante é uma tabela de classificação de risco de transmissão, com base em 4 indicadores: hospitalizações, mortalidade e  incidência de casos registrados nos últimos 7 dias corrigidos para uma população de 100 mil habitantes, além da % de testes positivos para Covid-19. 

 

Os gráficos mostram que a situação da pandemia em Rio Claro é de risco muito alto, mesmo com o avanço da vacinação. Hospitalizações melhoraram em relação há um ano, porém ainda estamos na faixa de risco alto. Os outros três indicadores aumentaram na comparação com um ano atrás. Mortalidade e incidência deram um salto, passando de risco alto para muito alto. A porcentagem de testes positivos foi e continua na faixa de risco muito alto.

A OMS recomenda que enquanto uma região não alcançar a faixa de baixo risco de transmissão, a comunidade não baixe a guarda: distanciamento, uso de máscaras, restrições às aglomerações não devem ser abandonados.  Deixar de usar máscaras, assistir a uma partida da Eurocopa na arquibancada só será prudente quando as barras de Rio Claro se tornarem verdes: menos de 5 internações, 1 óbito e 20 casos semanais por 100 mil habitantes, e taxa de positividade menor do que 2%. 

O alívio no sistema hospitalar que Rio Claro experimenta no momento, não é motivo ainda para o relaxamento. Não pode ofuscar que a transmissão é a principal causa da pandemia e ela sim, deve ser combatida. Abrir leitos dá dignidade ao doente sim. Melhor seria não ter doente. É como em jogo de futebol: com a zaga fraca, um bom goleiro resolve?

WHO. Considerations for implementing and adjusting public health and social measures in the context of COVID-19. 14/06/2021. https://www.who.int/publications/i/item/considerations-in-adjusting-public-health-and-social-measures-in-the-context-of-covid-19-interim-guidance. Acessado em 29/06/2021.



UNESP Rio Claro na mídia [29/06/2021]


Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


UNESP Rio Claro na mídia

[29/06/2021]


Projeto de apoio ao Samu recebe certificado de boas práticas

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Unesp diz que medidas do município estão falhando

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Carteira de vacinação digital

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

Carteira de vacinação digital



Para o estado de São Paulo há a opção de ter seus dados de vacinação da Covid-19 na forma digital através do aplicativo do Poupatempo.
Assim, na perda da carteira em papel ou para a opção de um acesso digital, os dados podem ser conferidos no celular.
O cadastro para vacina também pode ser feito pelo aplicativo. No canal do Youtube do Poupatempo tem as instruções: App Poupatempo Digital oferece pré-cadastro de vacinação da COVID-19 aqui.
Mais informações podem ser conferidas aqui.








Esporte aplaude a Ciência

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

No primeiro dia das partidas de tênis do torneio de Wimbledon de 2021, em Londres, a virologista Sarah Gilbert estava presente e foi aplaudida de pé quando anunciada (veja aqui). Ela liderou a equipe que desenvolveu a vacina Oxford-AstraZeneca e foi falado pelo locutor que a presença de todos ali era resultado do trabalho desses cientistas.

Na plateia, um público fiel, sem a obrigatoriedade do uso de máscara, já vacinado ou com teste PCR-RT para Covid-19 negativo. Mesmo assim, a capacidade do estádio foi reduzida para a metade.

O Esporte, assim, reconhece a Ciência e a homenageia.

Duas semanas antes aconteceu outro torneio importante de tênis, o de Roland Garros, em Paris. Apesar da proximidade geográfica, medidas sanitárias mais restritivas foram adotadas, com pequeno público permitido nas arquibancadas e a obrigatoriedade do uso de máscara por todos, seja audiência, sejam os que trabalharam no evento. O esporte tem buscado soluções para continuar suas atividades, ainda que as controvérsias sejam permanentes. O maior exemplo é o das Olimpíadas do mês que vem em Tóquio, com muitas incertezas e a falta de apoio da população local.

Em contraste, no Brasil alguns atletas e pessoas ligadas ao esporte fazem declarações contrárias às vacinas e opinando que apenas estão tomando o imunizante para poderem viajar e participar de eventos esportivos. Um enorme desserviço ao já atrasado Programa Nacional de Imunização, lembrando que a eficiência de uma vacina se dá pela imunização de parte substancial da população e não é uma ação de caráter exclusivamente pessoal. Além disso, devemos manter o uso de máscaras, adotar as medidas de distanciamento e restrição de circulação de pessoas e atentar para a higienização, especialmente das mãos.

sábado, 26 de junho de 2021

Live 02/07/2021 - Vamos conversar sobre vacinas

 02/07 - 10h | Saúde: 💉 Vamos conversar sobre vacinas 🦠 

Com o Prof. Carlos Magno Castelo Branco Fortaleza, da Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu. Membro do Centro de Contingência do Estado de São Paulo para a Covid-19 e pesquisador responsável pelo estudo da efetividade da vacina da Fiocruz (Oxford-AstraZeneca) na cidade de Botucatu e Prof. Eduardo Kokubun  Titular na UNESP Rio Claro membro da Comissão de Ética em Pesquisa da Unesp, membro da Comissão Executiva Anticovid da Unesp e editor do Boletim AntiCovid da UNESP. Coordena o Núcleo de Atividade Física, Esporte e Saúde


Participe com a gente. Envie suas perguntas

Pelo Facebook:

https://www.facebook.com/RioClaroGrupo/posts/1692634860937209/ 


Pelo Youtube:

https://www.youtube.com/watch?v=upYtAkKJmes 

terça-feira, 22 de junho de 2021

Casos aumentam com picos de disseminação

 

Eduardo Kokubun - UNESP



Na primeira onda do ano passado o número de novos casos aumentou vertiginosamente, com os números batendo recordes dia após dia. Com medidas de restrições, os números começaram a despencar, e entre setembro a novembro, estabilizaram a menos de 8 casos por dia. Foram dois meses de aumento, seguidos por outros dois meses de redução.

A segunda onda se iniciou em novembro e completou sete meses de crescimento, lento e gradual. Essa tendência, representada em linhas vermelhas no gráfico, está acrescentando um pouco mais de 200 novos casos de covid-19 por mês. Esses aumentos de casos vem acrescentando o número de leitos ocupados em nossos hospitais.

Desde novembro, sobrepostos a essa tendência contínuo de crescimento, houve dois episódios abruptos de aumento. Eles ocorrem devido ao relaxamento de medidas de restrição e ocorrência de aglomeração desencadeados sobretudo nos feriados prolongados. Na primeira onda do ano passado, esses feriados eram caracterizados pela redução no número de casos, sem apresentar repique de casos no retorno. Isso é uma demonstração de que o comportamento das pessoas mudou nos dois momentos da pandemia. É uma mudança dramática que não deixa Rio Claro repetir o desempenho de setembro e outubro, quando quase erradicamos o vírus na cidade.

O descuido é tamanho que a pandemia cresce mesmo com a vacinação avançando. Basta lembrar que já temos 4 vezes mais pessoas vacinadas com pelo menos a primeira dose do que infectados pelo vírus. As pessoas circulando sem cuidados está circulando com o vírus.





sábado, 19 de junho de 2021

Frases da pandemia: pequenas amostras do que refletimos e do que nos indignamos

O mundo se divide entre jacarés e rebanhos.

EAD ainda é um palavrão, ensino remoto pode.

Não respire o ar alheio: infecta mais do que superfícies.

De peito aberto e camisa rasgada: ganha a vacina e perde a camisa.

A menor distância entre duas pessoas é a dimensão de suas máscaras.

Aglomeração virtual, não viral.

O pico da onda será em…

Escolher de qual borda da terra plana vai pular.

Só não houve testes com emas porque elas fugiram.

Teatro da pandemia é fazer coisas que são inúteis para evitar a transmissão do vírus e dizer que segue todos protocolos de segurança.

A COVID-19 é uma gripezinha que já matou meio milhão de brasileiros. O que seria uma gripezona?

Quando tudo é essencial, nada é essencial. Nem a vida.

Sommelier da vacina: aquele que escolhe a marca da vacina para tomar.

Onde estão aplicando a vacina da xxxx? Ainda no braço.

A proteção contra a covid é camadas de fatias de queijo suíço com furos. Cada camada cobre os furos das outras. Há muitos ratos comendo as fatias do queijo.

The 2020 IgNobel goes to ... "Brazil"

#FiqueEmCasa, #LaveAsMãos, #UseMáscara, #NãoAglomere, #UseÁlcoolEmGel





quarta-feira, 16 de junho de 2021

Manifestação da UNESP - Rio Claro sobre a gravíssima situação da pandemia do novo coronavírus em Rio Claro

Rio Claro, 16 de junho de 2021.   


 A Universidade Estadual Paulista – UNESP – Campus de Rio Claro vem a público manifestar extrema preocupação com a gravíssima situação da pandemia do novo coronavírus no município, a exemplo do que ocorre no estado de São Paulo e no Brasil.

    A pandemia em Rio Claro, entrou em um terceiro ciclo de aceleração, sem ter conseguido controlar a segunda onda que culminou no final do mês de março e final de abril quando. No pico da primeira onda, que ocorreu em 25/07/2020 foi registrada a média móvel de 77 casos diários, o pico da segunda onda em 21/03/2021 foi de 115 casos diários e até o momento nesse terceiro ciclo, alcançou 117 casos com crescimento de 90% em 14 dias. 

 

    O número de reprodução da epidemia (Rt), que representa a gravidade da transmissão do vírus passou de 0,58 em 08/04/2021 para 1,48 em 15/06/2021. Isso significa que em 08/04 cada 100 pessoas infectadas transmitiam o vírus para outras 58, enquanto em 15/06 a transmissão de cada 100 pessoas ocorrem  para outras 148, mostrando que a infecção está em amplo crescimento. O Rt é considerado um indicador da eficácia de medidas de prevenção para a transmissão do vírus: quando elas são eficazes, apresenta valor menor do que 1, preferencialmente menor do que 0,8 por pelo menos 14 dias. No caso do Sars-Cov2, considera-se que, sem qualquer medida de proteção, o Rt será de 2,3 a 2,7. Portanto, nas condições atuais, pode-se inferir que as medidas preventivas como distanciamento social, higienização e uso de máscaras são praticamente inexistentes, ou muito pouco eficazes.

 

    No dia 15/06/2021, existiam 952 casos ativos no município. Considerando-se o Rt de 1,48, a expectativa é que esses casos tenham transmitido ou ainda transmitam o coronavírus para outras 1,48 x 952 = 1.409 pessoas. Considerando que atualmente o número de internados corresponde a 18% dos casos ativospode-se antever que o número de hospitalizados alcance 1.409 x 18 % = 254 internações. A curva de internações, que cresceu 71desde o final de abril, mostra a plausibilidade dessa suposição.

 

    Mantida a letalidade de 2,4% em Rio Claro, dos 952 casos ativos e 1.409 casos secundários, pode-se antecipar 57 novos óbitos em apenas duas gerações de contágio, que já está em curso.

 

    Não se pode deixar de considerar que a vacinação vem surtindo efeitos, poupando as pessoas mais idosas. Contudo, o aparecimento de novas variantes com maior transmissibilidade e maior carga viral e a queda no índice de isolamento vem anulando os efeitos positivos do esforço vacinal.

 

    Os dados apontados acima indicam que as medidas de mitigação da pandemia no município falharam em conter a pandemia, ao contrário do que se observou entre a primeira e a segunda onda quando o Rt permaneceu abaixo de 1, portanto controlada, durante 47 dias. Neste ano de 2021, o Rt esteve na faixa de controle durante 14 dias consecutivos somente após a decretação da Fase Emergencial no Estado de São Paulo somados aos dias de medidas mais restritivas decretadas pelo Município. Disso decorre o aumento consistente e sustentado no número de casos e de internações, que favorece o aparecimento de aceleração abrupta no número de casos, seguidos pelo de internações e de óbitos. 

 

    Não existe medida cientificamente validada de contenção da pandemia do Sars-Cov2, exceto a rápida vacinação concomitante com baixas taxas de transmissão do vírus. O relaxamento das medidas de proteção como a aprovação recente projeto de lei na Câmara Municipal de Rio Claro, tornando essencial diversas atividades no município, contrariam totalmente os preceitos científicos, os mesmos que possibilitaram o desenvolvimento da vacina. É também uma clara afronta ao preceito constitucional de direito à vida e dever do poder público de prover saúde a todo cidadão.

 

    Finalmente, a UNESP-Rio Claro transcreve e reitera os termos da manifestação pública de 3/03/2021 que, desde então, não foram implantadas ou o foram timidamente pelo município.  

 

    A médio e longo prazo, os instrumentos amplamente reconhecidos e validados de controle da pandemia e proteção da saúde, educação, economia e cultura precisam ser implementados e aperfeiçoados. Considerando que as medidas de prevenção não estão funcionando no município, é necessário realizar:

 

1) A revisão e atualização das normas de contenção da transmissão

 

2)Ampla divulgação dessas normas

 

3)Assegurar o cumprimento das normas com campanhas educativas e efetiva fiscalização.



Universidade Estadual Paulista/UNESP

Campus de Rio Claro

terça-feira, 15 de junho de 2021

PFFparatodos

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

PFFparatodos


PFFparaTodos é uma página colaborativa e voluntária a respeito da máscara mais indicada para a proteção do novo coronavírus: a PFF.

"PFF significa peça facial filtrante e é um tipo de respirador (máscara) padronizado, testado e certificado, com uma capacidade de não apenas proteger os outros (como as máscaras de tecido e cirúrgica), como também proteger quem usa, filtrando gotículas e aerossóis."

Nessa página encontramos informações por Estado para compra das máscaras pela Internet e loja física através de uma planilha.

Também tem indicações dos modelos da máscara e o indicado para os casos de rostos grandes, rostos pequenos, crianças e para quem usa barba. 

Informa algumas fontes na Internet a respeito de máscaras como páginas e canais do Youtube e divulga iniciativas locais de distribuição de máscaras por todo o país.

Página: https://www.pffparatodos.com/-

Twitter: @PFFparaTodos e @estoque_pff




E-Care Sentinela

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

E-Care Sentinela


"A Unesp, por meio da Pró-reitoria de Planejamento Estratégico e Gestão e da Pró-reitoria de Extensão e Cultura, em parceria com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e a Vunesp, lançou o projeto E-CARE SENTINELA.

Trata-se de um projeto de extensão universitária para a implementação de uma rede virtual multidisciplinar de apoio à saúde, que utiliza a teleorientação, o telemonitoramento e a tele interconsulta como formas de cuidado em saúde e do fortalecimento da educação em saúde neste período de distanciamento social, bem como do oferecimento de assessoramento técnico por profissionais especializados a gestores de diferentes hierarquias em todos os campus da Unesp, com foco no enfrentamento da pandemia de Covid-19. 

A rede virtual multidisciplinar de apoio à saúde está disponível a toda a comunidade unespiana - docentes, discentes, servidores técnico/administrativos, terceirizados -, acometidos ou não pela Covid-19, para que possam acessar e receber aconselhamento, orientação e sanar dúvidas. Profissionais de diferentes áreas compõem o projeto: Enfermagem, Farmácia, Geografia, Medicina, Psicologia, Tecnologia da Informação."

O lançamento do projeto ocorreu no dia 10 de junho e pode ser assistido pelo canal oficial da Unesp no Youtube.

Página do projeto: https://www.ecaresentinela.com.br/







UNESP Rio Claro na mídia [15/06/2021]

 


Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


UNESP Rio Claro na mídia

[15/06/2021]


Projeto da Unesp Rio Claro vence competição mundial de inovação e sustentabilidade da ONU

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Unesp Rio Claro é finalista em desafio de inovação com proposta de câmpus sustentável


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Previsão do Ceapla é de queda nas temperaturas na próxima semana



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Levantamento da Unesp aponta redução de óbitos com vacina

Segundo o estudo, mais de 100 mortes foram evitadas com a imunização contra o coronavírus


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Vacinas disponíveis a partir de 2020 teriam poupado vidas no Brasil

Matérias divulgadas na imprensa dão conta de projeções se as vacinas fossem aplicadas no ritmo ideal, a partir do segundo semestre de 2020, indicam a redução do número de mortos no país

Portal G1
Estudo revela que se 2 milhões de doses de vacina contra Covid-19 fossem aplicadas por dia, 20 mil vidas seriam salvas por mês

BBC Brasil
Vacinas teriam salvado 95 mil vidas se governo Bolsonaro não tivesse ignorado ofertas, calcula pesquisador

CNN Brasil
Estudo aponta que aceleração da vacinação evitaria 20 mil mortes por mês


segunda-feira, 14 de junho de 2021

Rio Claro já perdeu 10.457 anos de vida para a Covid-19

 Neste trimestre de abril a junho de 2021, que não terminou, foram 4.088 anos perdidos, 60,6% do esperado sem a pandemia.

Eduardo Kokubun - Unesp/Rio Claro

Em 2019, antes do início da pandemia, a expectativa de vida ao nascer no Brasil era de 76,6 anos. Isso significa que uma criança nascida naquele ano, viveria até completar 76,6 anos, em média. Porém, à medida que amadurecemos e envelhecemos, a idade até o óbito vai sendo empurrada para frente. Por exemplo, em 2019, uma pessoa com 40 anos viveria em média outros 39,7 anos, ou seja até completar 40 + 39,7 = 79,7 anos. Esse período é chamado expectativa de sobrevida.

Tanto a expectativa de vida como a de sobrevida variam entre localidades e sexo. No Brasil ambos são maiores nas cidades mais desenvolvidas nas regiões sul e sudeste do que no norte e nordeste. Da mesma forma, mulheres vivem mais do que os homens: 73,1 contra 80,1 anos ao nascer em 2019.

A expectativa de vida ao nascer e de sobrevida diminuíram em 2020 devido aos óbitos prematuros provocados pela pandemia. Uma pessoa que foi a óbito com 40 anos, deixou de viver 39,7 anos. Isso é conhecido como anos de vida perdidos. Considerando os dados de 2019, quando a vida era ainda "normal" no Brasil, calculamos a quantidade de anos de vida perdidos em Rio Claro, desde que a pandemia começou. 



Os anos de vida perdidos aumentaram a cada trimestre desde o início da pandemia, exceto entre outubro e dezembro do ano passado, no final da primeira onda. A soma de anos de vida perdidos por covid-19 em 2020 foi de 3.219. Em apenas 3 meses em 2021 já tínhamos praticamente igualado a marca de todo ano passado. Neste trimestre que iniciamos em abril e ainda nem finalizou (os dados de óbito estão atualizados até 14/06/2021), já superamos o recorde do trimestre anterior. Em toda pandemia já perdemos um total de 10.457 anos de vida.

O conceito de anos de vida perdido é utilizado em epidemiologia para expressar as perdas provocadas por morte precoce. Em 2019, Rio Claro perdeu 29.000 anos de vida, ou 6.750 anos em cada trimestre. Este trimestre de abril a junho de 2021, que ainda não terminou, perdemos 60,6% de anos de vida, somente para covid-19. São mortes prematuras que farão falta, no convívio familiar, com amigos, na vida social, cultural do município. 

A vacinação vem poupando os mais idosos, porém, ainda não alcançou adultos de meia-idade nem os mais jovens. Quanto mais jovem for o óbito, mais anos serão perdidos, como vem acontecendo. Tampouco a vacinação foi capaz de conter a cadeia de contágio. O número de casos e gravidade vem avançando muito rapidamente em nosso município. As várias camadas de proteção contra a pandemia vem apresentando falhas cada vez mais evidentes: há aglomerações em ambientes fechados sem uso de máscaras, as medidas conhecidas de proteção vem sendo ignoradas, negadas e quebradas. 

O resultado é que os efeitos da vacinação demorarão mais tempo para serem sentidos. Por enquanto, o preço que pagamos por causa de quem apostou e continua a apostar na imunidade rebanho natural, em Rio Claro foi de mais de 10 mil anos de vida perdidos.

Se alguém pensou em custos econômicos, o PIB anual per capita de Rio Claro é de cerca de R$ 50 mil. Pegue a calculadora e multiplique pelos anos perdidos.... Se você teve a curiosidade: mais de meio bilhões de reais já evaporaram dos próximos anos. É pouco? Lamento, mas ainda vai crescer.



sexta-feira, 11 de junho de 2021

É hora de tirar a máscara?

 


Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


É hora de tirar a máscara?


O uso da máscara permanece como essencial para o controle da pandemia do novo coronavírus, assim como a baixa circulação de pessoas e a vacina. Seu uso será dispensado conforme a vacinação progredir e a imunidade coletiva avançar.

Para segurança mesmo dos que já foram contaminados e os que precisam estar nas ruas, a máscara é indispensável.

Uma fonte de informações sobre máscara é a iniciativa Qual Máscara? que já divulgamos no BAC n. 77, na qual podemos tirar dúvidas para o seu uso adequado.

Fica aqui uma postagem recente sobre a permanência do uso da máscara.




quinta-feira, 10 de junho de 2021

Camadas de proteção falham e Rio Claro tem novo descontrole da pandemia

Número de novos casos aumentou 124% e de internações 29% em 14 dias. Com 181 internados, os novos leitos abertos há 6 dias já estão totalmente ocupados.


Eduardo Kokubun - Unesp Rio Claro


A aceleração da pandemia levou Rio Claro a ampliar 8 novos leitos no hospital de campanha de Covid-19 do Cervezão. No entanto, em apenas 6 dias, eles foram totalmente tomados, chegando à taxa de ocupação de 124% dos leitos públicos. Novos leitos estão sendo providenciados. Contudo, com a aceleração de casos, há o risco de esgotamento de recursos hospitalares em curto prazo. 

Não há sinais de que a pandemia esteja controlada. O gráfico mostra em vermelho o número de reprodução Rt em Rio Claro. Ele reflete o número de pessoas que uma pessoa infectada contagiará com o vírus. Com Rt=1, ocorrerá um novo contágio a partir de um infectado e a pandemia se estabiliza. Quando o Rt diminui, cada vez menos pessoas são infectadas e a pandemia é considerada sob controle. 

Rio Claro alcançou Rt de 1,75 com os 134 novos casos em 10/06/2021. Isso significa que a pandemia está em crescimento, num ritmo que se aproxima da onda que assustou o município em março. Com um total de 843 casos ativos, que são as pessoas diagnosticadas com a doença e potencial de transmissão, poderemos chegar a 1,75 x 843 = 1.475 casos ativos. Como cerca de 20% dos casos podem requerer internação, há a possibilidade de que 295 pessoas sejam hospitalizadas em algum momento. Se todos chegarem nas portas dos hospitais ao mesmo tempo, muitos ficarão sem atendimento.



O agravamento da pandemia ocorreu porque as várias camadas de proteção contra a transmissão falharam. Conforme matéria do BAC 62 de 24/11/2020 nenhuma camada de proteção é perfeita. É necessário sobrepor várias camadas, como fatias de queijo suíço com furos. Inicia-se com o distanciamento físico, seguido pelo  uso de máscaras, etiqueta respiratória, testagem e rastreamento de contatos, ventilação e filtragem de ar, comunicação, quarentena, isolamento e vacinas. Adotadas em conjunto, ajudam a evitar que alguém respire o ar alheio, contendo vírus.

O gráfico mostra como a taxa de isolamento, um indicador do isolamento, afeta o Rt. É nítido que o aumento da taxa de isolamento durante a fase emergencial no estado e restrição no município, houve redução na transmissão. A queda no isolamento e mais pessoas na rua no final de abril coincidem com o aumento da transmissão. 

A presença de pessoas em ambiente fechado e pouco ventilado é considerada uma das maiores vilãs para a transmissão (Veja BAC 28 de 16/07/2020 ).  Assim como o vírus da gripe comum, o coronavírus adora encontrar hospedeiro em ambientes fechados. Principalmente se tiver muita gente respirando muito e expelindo aerossóis durante um tempo prolongado. Melhor, conforme especialistas, não se expor a esses ambientes por mais do que 15 minutos.

A proteção em ambiente fechado é difícil de ser alcançada, pois, requer edificações com projetos de ventilação adequados. Porém, especialistas vem sugerindo soluções relativamente simples e pouco dispendiosas para o monitoramento da ventilação (BAC 101 de 23/04/2021). 

A comunicação é uma camada muito importante no controle da pandemia. É essencial que a população compreenda a gravidade da crise e se engaje efetivamente na adoção de medidas de proteção. Com um ano e meio, naturalizamos a pandemia, aceitando como normal, as consequências que antes eram apavorantes. A Organização Mundial de Saúde já havia alertado para o risco da fadiga da pandemia, caracterizada pela desmotivação das pessoas em adotar medidas protetivas (BAC 56, de 27/10/2020). Contudo, é essencial preservar a comunicação clara e transparente da situação, para que a população se engaje ativamente nas medidas de proteção.

Quem estiver com sintomas de gripe ou com covid-19 diagnosticada, tem a obrigação manter-se isolado. O mesmo se aplica a quem suspeitar que esteve com alguém com doença confirmada. 

A vacinação está ocorrendo num ritmo mais lento do que o Brasil seria capaz de realizar. Ainda assim, está muito mais veloz do que a previsão realizada pela Unicef e consórcio Covax no ano passado (BAC 56, de 27/10/2020). Sem a vacinação, Rio Claro poderia ter registrado 111 óbitos a mais até final de maio entre os idosos. A pandemia já começou a deixar de ser de idosos e está se transformando e doença de meia-idade e adultos jovens. (BAC 111, de 09/06/2021). Essa mudança na população sob risco também implicará no redirecionamento das medidas de proteção, considerando seu perfil sociodemográfico, atividades, comportamentos e hábitos.

A pandemia em Rio Claro está fora de controle exercendo enorme pressão sobre o sistema de saúde. A aceleração foi abrupta, em meio à mudança no perfil epidemiológico provocado pela vacinação e surgimento de novas variantes. Estamos esgotando os recursos finitos e naturalizando a maior crise sanitária, econômica e social vivida por gerações. Qual é o preço que estamos dispostos a pagar?


BOLETIM ANTI COVID-19.  Partículas liberadas pela respiração e pela fala podem transmitir Covid-19, reconhece a Organização Mundial de Saúde. Rio Claro: Unesp, n. 28, julho 2020. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-28-16072020. Acesso em 10/06/2021.

BOLETIM ANTI COVID-19. Esperar não é saber: viver a vida reduzindo riscos  Rio Claro: Unesp, n. 56, outobro 2020. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-56-26102020. Acesso em 10/06/2021.

BOLETIM ANTI COVID-19. Aumento nos números da pandemia indica falhas nas camadas de proteção.  Rio Claro: Unesp, n. 62, novembro 2020. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-62-24112020. Acesso em 10/06/2021.

BOLETIM ANTI COVID-19.Vírus que permanecem no ar é a maior fonte de contágio. Rio Claro: Unesp, n. 101, abril 2021. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-101-23042021. Acesso em 10/06/2021.

BOLETIM ANTI COVID-19. Vacinação "rejuvenesce" a pandemia. Rio Claro: Unesp, n. 111, junho 2021. Disponível em: https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-111-09062021. Acesso em 10/06/2021.


quarta-feira, 9 de junho de 2021

Vacinação rejuvenece a pandemia

A estratégia de vacinação por idade, está criando ciclos da pandemia: dos idosos, da meia-idade e de adultos jovens. Ontem, filhos lutavam por vagas para os pais. Sem cuidados, a ordem natural pode se inverter.

Eduardo Kokubun. Unesp-Rio Claro

Rio Claro vacinou em fevereiro, idosos com mais de 80 anos, em março aqueles com mais de 70 anos e em abril, aqueles com mais de 60 anos. Nem todas essas pessoas completaram o esquema vacinal de duas doses, mas foi o suficiente para reduzir casos, internações e óbitos em idosos em 16%, 20% e 41%, conforme mostramos no BAC 110 de 02/06/2021. Com a pandemia acelerando em maio, sem a proteção das vacinas teríamos 111 mais óbitos do que foi registrado.

Quando a segunda dose da vacina for aplicada em todos os idosos acima de 60 anos, o que dever ocorrer em final de julho e início de agosto, essa população será menos vulnerável derrubando sua participação nas estatísticas da pandemia. Metade das hospitalizações e 3 em cada 4 óbitos que ocorriam em idosos antes da vacinação despencarão, conforme projeção no BAC 84 de 19/02/2021. Restarão para engordar as estatísticas, casos, internações e óbitos na meia-idade, entre 40 e 55 anos, e adultos jovens, com menos de 40 anos.

Será cada vez mais comum que a doença acometa pessoas com menos idade. Raro será encontrar um idosos ocupando leito no covidário ou colunas de obituário. Cada vez mais ouviremos: "Nossa, é/era tão jovem!" junto à sensação de que a ordem natural foi invertida.

Enquanto a vacinação não alcançar todos os adultos, a pandemia poderá continuar marcando ciclos: o primeiro ciclo cujo fim se avizinha é dos idosos. Estamos entrando no ciclo da pandemia da meia idade. O próximo será a pandemia de adultos jovens.

Porém, o rejuvenescimento não pode dar espaço à falsa persensação de que o pior já passou. O número absoluto de casos vem aumentando sim, à custa dos adultos de meia-idade e jovens. Pode ser que os casos sejam menos graves sim por terem menos fatores de risco. Até podem permanecer menos tempo hospitalizados, liberando vaga mais rapidamente para um outro doente. Mas, a capacidade hospitalar é finita. Se houver uma avalanche de doentes de meia-idade e jovens, ela vai saturar. 

Novamente, poderemos ver superlotação de hospitais disseminando para cemitérios. Porém, com a ordem natural invertida: não serão filhos lutando por vaga ou enterro dos pais e sim o contrário.



terça-feira, 8 de junho de 2021

A volta do que não foi, de novo

Considerações sobre mais uma participação do Ministro da Saúde na CPI da Pandemia

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

A CPI da Pandemia no Senado Federal continua investigando as ações e omissões em relação à Covid-19 no Brasil. O Ministro da Saúde Marcelo Queiroga voltou a ser convidado como testemunha pela comissão nesta terça-feira, 8 de junho.

Neste segundo depoimento, a ênfase foi a questão das vacinas, sem deixar de ser arguido quanto à existência de um gabinete paralelo de aconselhamento na área de saúde, o que foi chamado em vídeos por seus supostos integrantes de "gabinete das sombras" ou "nas sombras". A contagem de palavras seguindo o procedimento anteriormente adotado revela mais de 76% sobre vacinas, ainda que cloroquina e ivermectina tenham seu espaço com 10% do total de citações selecionadas. Ressalta-se que foi usada a transcrição disponível no site do Senado às 17h45min, antes do término da sessão (veja aqui).

O dado científico mais relevante nessa oitiva foi o do Ministro da Saúde reconhecer que os chamados tratamentos precoces não possuem eficácia comprovada. É um avanço na posição oficial, não compartilhada com a presidência do país e ainda não totalmente precisa, uma vez que tais tratamentos já foram comprovados ser totalmente ineficazes. Tal discrepância causou indignação até dos defensores do governo que praticamente deixaram o ministro isolado em seu correto argumento.

Os senadores insistiram para que o ministro imputasse ao presidente responsabilidades sobre a conduta e desinformação havida, mas a blindagem foi notória, sendo que ele, por várias vezes, disse que não faria juízo de valor. Marcelo Queiroga também afirmou desconhecer a existência de tal gabinete paralelo. O desempenho do ministro Queiroga leva à conclusão de que pouco vale a reconvocação de depoentes, pois parece resultar em uma artificialidade nas respostas.

Meninas SuperCientistas

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


Meninas SuperCientistas


Meninas SuperCientistas é um projeto da Unicamp inspirado pela UFRJ com alunas do ensino fundamental II para promover o interesse na ciência. 

Como os demais eventos, também foi preciso adaptação ao momento da pandemia passando a ser encontros on-line, mostrando às alunas o ambiente acadêmico e promovendo participação em palestras sempre guiadas por cientistas mulheres.

Detalhes do projeto podem ser conferidos aqui.

Facebook: https://www.facebook.com/meninassupercientistas/

Instagram: https://www.instagram.com/meninassupercientistas/

Twitter: @supercientistas





UNESP Rio Claro na mídia [08/06/2021]

   

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


UNESP Rio Claro na mídia

[08/06/2021]


Pesquisa da Unesp aponta que vacinação pode ter evitado 111 mortes por Covid em Rio Claro

Cuidados preventivos ainda são necessários.


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Vacinação contra Covid-19 em RC pode ter evitado mais de 100 mortes



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Outono já é o mais seco da história, aponta dado de RC



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Unesp de Rio Claro disputa final do desafio mundial de inovação e sustentabilidade da ONU



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XII Congresso Internacional de Educação Física e Motricidade Humana e XVIII Simpósio Paulista de Educação Física



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quarta-feira, 2 de junho de 2021

Fapesp e a Agenda 2030


Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


Fapesp e a Agenda 2030


A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) inaugurou o site Pesquisa, Inovação e Parcerias para a Agenda 2030 reunindo os programas da Fundação e os projetos apoiados aos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) durante cerimônia de lançamento da chamada para a constituição de Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CDC-SP).

Detalhes sobre o lançamento na página da Fapesp aqui.

Página: https://ods.fapesp.br/

Sobre os ODS no Brasil, podemos conhecer mais de cada um dos objetivos aqui.

Os ODS fazem parte da Agenda 2030 que consiste em uma “declaração, em um quadro de resultados - os 17 ODS e suas 169 metas -, em uma seção sobre meios de implementação e de parcerias globais, bem como de um roteiro para acompanhamento e revisão. Os ODS são o núcleo da Agenda e deverão ser alcançados até o ano 2030.”


http://www.agenda2030.com.br/






Fonte das imagens: http://www.agenda2030.com.br/os_ods/

Mesmo lenta e parcial, vacinação em Rio Claro pode ter evitado mais de 100 mortes

Desde o início da campanha de vacinação, houve 40,7% menos óbitos em idosos do que o esperado.

 Eduardo Kokubun Unesp-Rio Claro

A vacinação em Rio Claro avançou alcançando 59.356 pessoas coma primeira dose e 29.657 com a segunda dose em 1/06/2021, que representam cerca de 29% e 14% da população residente no município. Ainda estamos longe da cobertura de 75% com duas doses necessárias do imunizante para controlar a pandemia, conforme estimativa do Instituto Butantã com base na vacinação em massa realizada em Serrana.

Porém, os efeitos por aqui já aparecem. O principal objetivo nesta fase da vacinação no país é o de reduzir os casos mais graves da covid-19 que levam a internações e óbitos nos grupos mais vulneráveis. Rio Claro imunizou idosos com mais de 80 anos em fevereiro, com mais de 70 anos em março e com mais de 60 em abril, superando, no início de maio, a meta de imunizar com pelo menos a primeira dose, os mais de 35 mil idosos. Outros grupos de cerca de 25 mil pessoas, entre profissionais de saúde, de educação, de segurança além de outros também receberam pelo menos uma dose de vacina. 

Para encontrar pistas da efetividade da vacinação na pandemia aqui em Rio Claro, dividimos os casos, internações e óbitos em dois grupos de idade: o primeiro de idosos com mais de 60 anos e outro de não idosos, incluindo adultos, adolescentes e crianças com menos de 60 anos. É um procedimento simplificado, mas pode ajudar a entender os efeitos da vacina.

Se a vacinação não tiver nenhum efeito, a proporção de casos, internações e óbitos entre esses dois grupos não mudaria de antes para depois do início da campanha. Por exemplo, até janeiro deste ano, Rio Claro tinha registrado 6.582 casos em não idosos, com menos de 60 anos, e 1.143 casos em idosos. Isso resulta numa razão de 100:17,4, ou seja, para cada 100 casos em não idosos houve 17,4 em idosos. Em fevereiro, primeiro mês com vacinação, ocorreram 839 casos em não idosos. Sem nenhum efeito da vacinação seriam esperados 839 x 17,4 / 100 = 146 casos. Porém, se houver proteção da vacina, haveria menos de 146 casos. Quanto maior a diferença para menos, maior seria o efeito da vacina.

Os gráficos mostram nas colunas verticais, o número de casos observados mês a mês entre os não idosos (em azul) e idosos (em vermelho) a linha tracejada mostra o número esperado de casos seguindo o cálculo que apresentamos. A célula em amarelo na tabela mostra que desde fevereiro, houve 167 casos a menos do que os 6.986 casos que seriam esperados. É uma redução de 2,4% do total de casos esperados para todas as idades e de 16,2% para os idosos.





Com relação às internações, houve 64 em idosos para 100 não idosos antes de janeiro. Em todos os meses depois do início da vacinação observa-se menor número de internações do que o esperado, totalizando 96 no período, ou 7,9% a menos em todas as idades. Se considerarmos somente os idosos, foram 20,3% menos internações.






Os efeitos sobre os óbitos são mais expressivos. Antes da vacinação foram registrados 274 óbitos em idosos para um grupo de 100 não idosos. Com exceção do mês de fevereiro quando houve mais óbitos do que o esperado, houve redução consistente na mortalidade desde o início da vacinação. Até o final de maio, a redução foi de 111 óbitos, que representa 29,8% menos ocorrências do que o esperado. Considerando somente os idosos, a redução foi de 40,7%.






Esta análise é bastante simplificada e baseia-se na premissa de que somente idosos foram parcial ou totalmente imunizados. Não considera nem a vacinação em outros grupos de prioridade, nem a tempo decorrido desde a vacinação, nem a existência de variantes. Porém, é plausível admitir que sem a vacinação, internações e óbitos tivessem aumentado no mês de maio, acompanhando o aumento no número de novos casos que foi de 1.522 para 1.778 (16,8%). Ocorreu o contrário.

Os números também expressam a percepção de que a gravidade da Covid-19 vem aumentando entre os mais jovens. Ouvimos cada vez mais que pessoas jovens foram internadas ou foram a óbito. Em parte, isso pode ser atribuído ao aparecimento de novas variantes. Porém, com a vacinação ocorrendo inicialmente nos mais idosos é também esperado que os casos em mais jovens comecem a ser mais salientes.

Até o momento, somente metade dos vacinados no município receberam a segunda dose, de modo que a o esquema de imunização não se completou. Além disso, há relatos de óbitos mesmo entre aqueles que receberam as duas doses da vacina. Com número de casos ainda elevado, o risco de transmissão do coronavírus continua elevado. No estágio de vacinação que nos encontramos, ela ainda não é capaz de conter a transmissão do vírus.
Se o anúncio do governo do estado de imunizar a toda população adulta até outubro se concretizar, é possível ter um final de ano normal ou muito próximo daquele que conhecíamos.

















Tese indefensável

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

Acostumados que estamos na academia às bancas de defesa de teses, dissertações e exames, surpreendeu-nos a forma como a Dra. Nise Yamaguchi foi arguida e respondeu às questões em sua participação na CPI da Pandemia do Senado Federal nesta quarta-feira, 1 de junho.

À parte do conteúdo das respostas, ela pouco pôde responder de forma completa, o que já foi chamado em inglês de manterrupting, a interrupção por homens quando mulheres estão falando. A argumentação dos senadores é que a depoente estava se utilizando da tergiversação para não responder objetivamente ao inquérito, mas houve notório excesso. Pela transcrição da oitiva dá para se notar as dezenas de vezes em que duas vozes falavam simultaneamente, a de um senador inquiridor e a da Dra. Nise (veja aqui).

Defensora da cloroquina e da hidroxicloroquina como medicamentos contra covid-19 no que se chama de tratamento precoce, a Dra. Nise não conseguiu apontar um trabalho científico publicado em revista de expressão na área que corroborasse a versão de que tal tratamento é eficaz. Ela apenas apontou uma série de outros artigos de revistas de menor impacto e relatórios de institutos de pesquisa. O senador Alessandro Vieira informou que um desses projetos conduzidos pela Fundação Henry Ford foi interrompido por total falta de conclusões científicas. Ela entendia que os estudos continuavam válidos.

Mesmo quando inquirida sobre assuntos fundamentais de virologia e infectologia pelo senador Otto Alencar, a Dra. Nise se atrapalhou e cometeu equívocos. Porém a maioria de suas respostas técnicas foi correta, à exceção dos comentários sobre vacinas, atribuindo incertezas que não existem. Novamente, para uma excelente aula sobre vacinas, vejam a entrevista com o professor Osmar Malaspina nos Diálogos Unesp.

Em comparação com depoimentos anteriores quanto ao uso de certas palavras (veja aqui), cloroquina foi mencionada 155 vezes enquanto que vacina 190 vezes, o que correspondem a 40% e 49%, respectivamente, do total de palavras selecionadas. A CPI busca argumentos para evidenciar culpados pela má condução da pandemia e as teses que são apresentadas, como a desta semana justificando a cloroquina em detrimento à vacina, se mostram indefensáveis.