quinta-feira, 29 de abril de 2021

Atividade física e pandemia: negando as aparências, disfarçando as evidências

Óbitos em físicamente inativos é 2,5 vezes maior do que em ativos. Porém, realizar exercícos em instalações inadequadas, pode anular o benefício

Eduardo Kokubun - UNESP

A falta de atividade física mata. É tão mortal quanto ser fumante, ter obesidade, diabete ou pressão arterial alta. Mesmo conhecendo esses riscos, muita gente não realiza atividade física para proteger a saúde. Cerca de 45% dos adultos que residiam nas capitais brasileiras e Distrito Federal não conseguem cumprir o mínimo recomendado de realizar 150 min de atividade física por semana. Os benefícios de ser fisicamente ativos são inumeráveis em termos físicos, mentais e sociais. Como o problema é mundial, a inatividade física foi reconhecida como uma pandemia em 2012. 

O desembarque do Sars-Cov-2 criou uma outra pandemia. O único meio reconhecidamente eficaz de combater a pandemia da Covid-19, além da vacinação,  é o distanciamento social. Uma pessoa contagiada vai transmitir o vírus para outro pelas gotículas maiores e menores que expele quando respira. As gotículas maiores alcançam superfícies e se alguém tocá-lá e levá-la ao rosto, o vírus pode invadir seu organismo e derrubar suas defesas imunológicas. Risco maior ainda está nas gotículas menores que flutam pelo ar. Se alguém inspirar este ar, lá vai o vírus se instalar no corpo. Como não dá para parar de respirar, melhor ficar longe do ar alheio, afastando-se de lugar cheio de gente soltando ar dos pulmões. A máscara é recomendada porque vai ajudar a reter grande parte das partículas que chegam em sua direção.

As restrições de circulação atingiram em cheio os locais para prática de exercícios. Um estudo realizado em várias cidades nos EUA mostrou que os locais de prática de atividade física tiveram um grande impacto na disseminação da Sars-Cov-2 (Chang et al, 2021). A aglomeração de pessoas  por um período relativamente longo num mesmo ambiente, geralmente fechado e baixa renovação do ar, com equipamentos compartilhados, e o aumento da respiração provocado pelo exercício facilitam a disseminação do vírus pelo ar.

A pandemia do coronavírus acentuou a pandemia da inatividade física. Um estudo realizado no Reino Unido, Nova Zelândia, Irlanda e Austrália mostrou que os impactos das restrições não foram iguais para todos. Pessoas que tiveram redução na atividade física tinham saúde mental e bem-estar piores que aqueles que mantiveram ou aumentaram a prática nos períodos de restrições (Faulkner et al, 2021). Isso  confirma o que os especialistas em atividade física vinham alertando sobre a importância de manter o nível de atividade física para a saúde mental e física.  

Outra ideia defendida era que a atividade física poderia prevenir ou reduzir a gravidade da covid-19, porque, dentre outros motivos, haveria o fortalecimento do sistema imunológico. Evidencias robustas começaram a ser publicada recentemente. 

Cientistas da Coréia do Sul compararam o hábito de atividade física de mais de 6 mil pessoas que tiveram Covid-19 com outros 125 mil que não tiveram a doença até julho de 2020. A chance de adoecer era 1,1 vezes maior e o de morrer era de 2,13 vezes maior naqueles inativos do que em pessoas que cumpriam 150 minutos semanais de atividade física (Cho et al, 2021). 

 Um centro médico do Sul da Califórnia nos EUA examinou o registro de atividade física de cerca de 50 mil pacientes que se infectaram pelo novo coronavírus. As pessoas inativas tinham chance 2,26 vezes maior de serem hospitalizados e 2,49 vezes maior de morrer do que as ativas. O risco da inatividade física era maior que ter diabete, doença cardiovascular ou obesidade. Os únicos riscos maiores do que a inatividade física eram ter mais de 60 anos ou ter recebido transplante de órgãos (Sallis et al, 2021).

Os dois estudos mostram que a atividade física regular não elimina a covid-19 nem o agravamento da doença. Existe um benefício maior, que o exercício protege contra hospitalizações e óbitos. Porém, isso não significa liberação geral de instalações esportivas. Quem é ativo está ligeiramente mais protegido, mas tem chance quase igual aos inativos de contrair a doença e transmitir aos outros, não importa se é fisicamente ativo ou não. Não se pode combater a pandemia da inatividade física ignorando seus efeitos sobre a pandemia viral. É negar a aparência, disfarçar a evidência.

Para evitar que uma pandemia piore a outra, o melhor seria realizar atividade física em casa, em locais mais abertos, participar de sessões online, ou outras formas que evitem a permanência em locais fechados com muita gente. Essa foi a opção das pessoas que mantiveram ou aumentaram a atividade física nos momentos de restrição estudados pelo grupo de Faulkner e conseguiram manter a saúde mental e bem-estar mais positivos. 

Frequentar presencialmente as instalações de atividade física não é recomendável quando a pandemia está elevada. Quando a pandemia estiver controlada, é necessário manter todos os cuidados conhecidos: o ambiente deve ter renovação do ar, usar máscara, manter distância de pelo menos 1,8 m de outras pessoas, higienizar as mãos e equipamentos que tocar, não usar vestiários nem bebedouros, ficar somente o tempo necessário nas dependências. 


Chang, S., Pierson, E., Koh, P.W. et al. Mobility network models of COVID-19 explain inequities and inform reopening. Nature 589, 82–87 (2021). https://doi.org/10.1038/s41586-020-2923-3

Cho D-H, Lee SJ, Jae SY, et al. Physical Activity and the Risk of COVID-19 Infection and Mortality: A Nationwide Population-Based Case-Control Study. Journal of Clinical Medicine, 10(7):1539 (2021). https://doi.org/10.3390/jcm10071539

Faulkner, J, O'Brien, W.J, McGrane, B, et al. Physical activity, mental health and well-being of adults during initial COVID-19 containment strategies: A multi-country cross-sectional analysis. Journal of Science and Medicine in Sport, 24(4), 320–326 (2021). https://doi.org/10.1016/j.jsams.2020.11.016

Sallis R, Young DR, Tartof SY, et al. Physical inactivity is associated with a higher risk for severe COVID-19 outcomes: a study in 48 440 adult patientsBritish Journal of Sports Medicine Published Online First: 13 April (2021). doi: 10.1136/bjsports-2021-104080

terça-feira, 27 de abril de 2021

Saga da Sputnik V no Brasil

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

No BAC 35 foi apresentada a avaliação da situação inicial da vacina Sputnik V, desenvolvida pelo laboratório russo Gamaleya. Algumas ressalvas havia, especialmente quanto à falta de publicidade dos resultados. A comunidade científica estava com dúvidas e, de forma apropriada, o subtítulo da matéria era "especialistas pregam cautela com a vacina que pulou etapas de estudos para ser produzida em larga escala".

Ontem a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) rejeitou o pedido de importação e o uso da Sputnik V no Brasil, pois os relatórios apresentados são falhos e não atestam a total segurança da vacina, uma vez que o lote estudado resultou em ativação parcial do vírus, o que não deveria acontecer (veja aqui). O princípio da Sputnik V é o uso de um adenovírus inativado como portador (vetor) da proteína que reveste o coronavírus (proteína spike) e tal proteína vai estimular o desenvolvimento de imunidade. Detalhes sobre a ação das diferentes vacinas podem ser vistos na entrevista feita com o professor Osmar Malaspina (veja aqui).

As razões da Agência brasileira são mais amplas, relatando falta de dados e apresentando evidências de falhas na fabricação do imunizante. A Sputnik V está sendo aplicada com sucesso em mais de 60 países e questiona-se por que os relatórios submetidos e avaliados aqui são tão ruins. O laboratório responsável pela vacina pode submeter novas informações, mais robustas, retiradas dos locais em que houve sucesso e tentar outra autorização.

A necessidade por vacina contra o coranavírus é premente no Brasil e o componente político é forte, mas não se pode correr o risco de insegurança na aplicação. Precisamos de vacinas que sejam seguras para a população.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Aumento de obitos em jovens anula redução em idosos: óbitos de 2021 superam os de 2020

Vacinação e variante diminuem proporção de óbitos em idosos e aumenta o de mais jovens: até 60 anos já representam 40% das mortes por covid

Eduardo Kokubun - UNESP/Rio Claro


O número de óbitos aumentou de 165 no ano passado para 202 até 26/04 neste ano. O gráfico em linhas mostra a proporção de óbitos que ocorreram no ano passado e este ano: do total de mortes, 45% ocorreram no ano passado e 55% este ano.
Na faixa etária de 90 a 100 anos, 68% dos óbitos ocorreram no ano passado e 38% este ano. Já na faixa de 80 a 90 anos, foram 53% em 2020 e 47% este ano. Essas pessoas receberam as duas doses da vacina em fevereiro. Portanto, naqueles vacinados há mais tempo, houve diminuição perceptível de óbitos.
Observamos tendência totalmente oposta nos mais jovens.  Nas faixas de 20 a 30 anos e 30 a 40 anos, 20% e 8% dos óbitos ocorreram no ano passado e os valores saltaram para respectivam
ente 80% e 90% neste ano. É a gangorra das variantes P.1. e P.2 que catapultou o risco de morrer em 4 a 11 vezes nos adultos de 20 a 40 anos. 



 
Rio Claro completou a aplicação de duas doses da vacina em idosos com mais de 80 anos em fevereiro. Espera-se que os efeitos dessas vacinas sejam mais pronunciadamente percebidas em meados de março, 2 semanas após a segunda dose.
O mês de fevereiro também é quando começaram a ser confirmadas a circulação da variante P.1. no estado de São Paulo. Admite-se que é uma variante com maior transmissibilidade e que leva a quadros mais graves da covid-19 nos mais jovens. Os efeitos dessa variante também devem ter se exacerbado a partir de março. 
O gráfico de coluna abaixo mostra mês a mês a evolução dos óbitos.
 



A partir de fevereiro a proporção de óbitos em maiores de 90 anos despencou de 12% para quase desaparecer em abril. O mesmo ocorreu na faixa de 80 a 90 anos, que reduziu de cerca de 40% para uns 10%. Portanto, as formas mais graves, com o pior desfecho, diminuíram substancialmente nas pessoas vacinadas.

Os efeitos da variante aparecem quando examinamos os óbitos naqueles abaixo de 60 anos, em laranja (50 a 60 anos), amarelo (40 a 50 anos) e verde (20 a 30 e 30 a 40 anos). De 16% em fevereiro passaram para 39% dos óbitos em abril. 

O perfil da pandemia em Rio Claro vem se modificando rapidamente neste primeiro quadrimestre do ano. De um lado, a vacinação vem poupando os mais idosos, que formou o grupo etário de maior risco: cerca de 75% das mortes no ano passado. Estamos nos aproximando de completar a aplicação da 1.ª dose em  idosos com mais de 60 anos até o início de maio e 2.ª dose em julho. Isso traria a perspectiva de reduzir óbitos para apenas 25%.

Contudo, esse efeito benéfico da vacinação está ameaçado pela chegada da variante P.1 que atinge os mais jovens menos vulneráveis no ano passado. É necessário lembrar que 86% de todos os casos em Rio Claro ocorreram em pessoas com menos de 60 anos. É o contingente de pessoas que são ativas no mercado de trabalho e que mais circulam pelas ruas. Pequenos aumentos no risco de evolução para formas graves terão fortes aumentos no sistema hospitalar e estatísticas de óbitos.




quinta-feira, 22 de abril de 2021

Novos casos reduziram 65% e óbitos 53% um mês após endurecimento de restrições em Rio Claro: impacto é semelhante ao confinamento em Araraquara

Número de casos ativos permanece alto: recuou foi de 27%, diminuindo de 1.118 para 819.

Eduardo Kokubun - UNESP

A média móvel era de 105 casos novos por dia em 21/03. Após a aplicação de medidas mais restritivas pela Prefeitura no meio da fase emergencial,  esse número despencou para 37 casos. No mesmo período, as mortes caíram de 30 para 14, uma queda de 53%.

As medidas de distanciamento social, com restrição à circulação de pessoas, evitam o encontro entre pessoas infectadas com outras ainda não infectadas. As reduções de novos casos e óbitos observadas em Rio Claro são melhores que aquelas observadas no confinamento em Araraquara de 57,5% nos novos casos e 39% nas mortes. A experiência dos dois municípios mostra que as medidas, de fato, são eficazes para quebrar a cadeia de transmissão do vírus.

Essa tendência de redução precisa continuar, pois os números ainda estão muito elevados. Quando comparado com o intervalo entre ondas temos 20 vezes mais casos ativos, 3 vezes mais casos novos, 7 a 10 vezes mais mortes.




UNESP Rio Claro na mídia [23/04/2021]

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

UNESP Rio Claro na mídia [23/04/2021]


CNPq vai pagar só 13% das bolsas aprovadas em edital e frustra jovens cientistas

De um total de 3.080 solicitações que receberam parecer positivo, apenas 396 receberão as bolsas. Limitações orçamentárias impedem a agência de contratar mais propostas

https://jornal.usp.br/universidade/cnpq-vai-pagar-so-13-das-bolsas-aprovadas-em-edital-e-frustra-jovens-cientistas/

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Rio Claro terá de combater contaminação do solo no cemitério municipal


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Dia Mundial do Livro

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp



Dia mundial do livro

"No dia 23 de abril, data em que se comemora o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, o Instituto de Leitura Quindim propõe ao “povo do livro”, uma mobilização nacional de 24 horas de leitura nas redes sociais, com o objetivo de mostrar que os brasileiros de diferentes regiões e classes sociais, leem e precisam de mais investimentos do poder público para a área.

A ideia da mobilização é que cada pessoa no seu horário diário de leitura, abra a câmara e transforme esse momento numa live pública. “Cada um na sua casa, com o seu livro na mão, vai mostrar para quem precisa ver e entender que a leitura está na nossa vida independente do lugar que ocupamos nesse mundo”, explica Volnei Canônica, presidente do Instituto de Leitura Quindim e um dos idealizadores da ação junto com Christina Dias, do Projeto Kombina."

Veja os passos para participar do Viradão da Leitura.

#viradaodaleitura, #naoataxacaodoslivros e #defendaolivro



Imagem:Pixabay


Máscara para todos

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp



Máscara para todos




Juntamente com a higienização das mãos e o distanciamento físico, o uso de máscaras permanece como importante recurso para a não proliferação da Covid-19.

Seu uso é obrigatório desde maio de 2020 através do decreto estadual n. 64.959 que "Dispõe sobre o uso geral e obrigatório de máscaras de proteção facial no contexto da pandemia da COVID-19 e dá medidas correlatas"

De acordo com a página oficial do Estado de São Paulo, seu uso é indicado para: áreas públicas, áreas comuns (ruas, espaços de lazer ao ar livre, mercados, lojas, bares e farmácias, por exemplo),  no local de trabalho, no transporte público oi compartilhado,

A máscara tornou-se um hábito e a qualidade exigida para a mesma acompanhou o avanço da pandemia.

É importante conhecermos os tipos de máscaras e a mais adequada de acordo com o ambiente em que estamos e a forma correta do seu uso e descarte.

O perfil do Instagram qualmascara procura esclarecer as dúvidas sobre as máscaras. Esse perfil já foi citado no número 77 do boletim.

A página PFF para Todos, mantida  por um professor, programador e estudante de direito de 34 anos, Bruno Carvalho, centraliza informações sobre máscaras PFF e opções de compra (loja, valor) a fim de facilitar o acesso a este tipo de máscara, considerada uma das melhores opções.

Essas iniciativas são voluntárias com a intenção de ajudar no combate à pandemia e podem ser conhecidas com mais detalhes na reportagem da BBC.




Imagem: Pixabay

terça-feira, 20 de abril de 2021

O fôlego de um ano e 100 edições

"Como o próprio vírus, notícias sobre a pandemia se espalham exponencialmente. Podem contagiar sem sintomas e ainda propagar para outros. Sem vacinas, o melhor é prevenir-se."

Adilson Roberto Gonçalves
Eduardo Kokubun
Eugenio Maria de França Ramos
Márcia Correa Bueno Degasperi
Equipe Editorial do BAC

A frase do subtítulo expressa a preocupação formativa e informativa do Boletim Anti Covid-19, o BAC, que atinge hoje o centésimo número no seu primeiro aniversário. 

O Boletim nasceu em uma das ações do grupo de trabalho Divulgação da Comissão Executiva Anti Covid-19 da Unesp Câmpus de Rio Claro, que entre outros grupos de trabalho (como os GTs Ação Social, Monitoramento, Articulação) procurava engajar docentes, pesquisadores, servidores técnico-administrativos e estudantes da Unesp no enfrentamento da pandemia da Covid-19. A hashtag #UnespRCpelaVida foi criada procurando expressar a causa principal do trabalho coletivo.

Naquela oportunidade, meados do primeiro semestre de 2020, mesmo tendo sido desencadeada há pouco menos de quatro meses, a pandemia do novo coronavírus já espalhava muitas fake news pelas redes sociais. Contra a má informação, não lave as mãos, era o subtítulo da matéria.

O BAC era publicado diariamente, pinçando informações, novos conhecimentos científicos e notícias sobre a Sars-Cov2 e seus reflexos na vida das pessoas e da sociedade. A prioridade dos editores, que se reúnem online diariamente, é de contextualizar o conteúdo para a realidade do município de Rio Claro: como anda pandemia propriamente dita, como as pessoas reagem, como enfrentar os seus efeitos, como manter uma vida quase normal e com segurança.

A partir da edição 26 (3/7/2020), coincidente com os 100 dias da pandemia em Rio Claro, foi incluído o Expediente ao final no boletim e as matérias elaboradas pelos editores passaram também a ser assinadas. A inclusão das várias seções que pode ser verificada pelos sumários compilados para esta edição especial se deu ao longo do tempo mediante avaliação de necessidades, um contínuo processo de aprendizagem. Informações culturais e a seção Unesp Rio Claro na Mídia se tornaram permanentes no boletim, que passou a adotar o subtítulo Arte e Ciência em foco a partir da edição 76.

A evolução da pandemia em Rio Claro foi o fio condutor das edições, com avaliação constante e atualizada do número de novos casos, de óbitos, de recuperados, de internados. Os gráficos foram elaborados pelo Grupo de Monitoramento da Covid-19 da Unesp Rio Claro e sua interpretação feita pelo professor Eduardo Kokubun. Nas primeiras edições havia a preocupação de informar o painel com a situação diária da Covid-19 que foi substituído por um link com atualização automática no início da página, como anexo ao BAC.

Marcos. 
As 100 mil mortes pela Covid-19 foram lembradas com edição de luto, silenciosa (BAC 33), repetida na edição 72 (8/1/2021) quando o número de vidas perdidas dobrou. A partir das considerações do professor José Alexandre Perinotto, um mapa da região de Rio Claro foi incorporado ao BAC, mostrando a soma da população das cidades equivalente ao número de mortos. O vacinômetro, com informações sobre o número de vacinados com primeira e segunda doses no município de Rio Claro, passou a ser publicado a partir da edição 79.

Paralelamente ao BAC, no emblemático 5 de junho de 2020 foi iniciada a transmissão de entrevistas no canal youtube chamadas de Diálogos Unesp (link aqui). O conjunto de 11 entrevistas pré-gravadas e um vídeo curto sobre taxa de transmissão podem ser assistidos. No BAC foram feitas as chamadas para os vídeos e, posteriormente, resumos comentados das entrevistas.

Usando a ferramenta blogger o endereço https://bacunesprc.blogspot.com/ remete ao blog criado em 17 de dezembro de 2020, de mesmo nome, inicialmente usado como plataforma de elaboração dos textos para este boletim, passando a reproduzir as matérias, publicando as mais urgentes que não poderiam esperar uma edição do BAC.

sexta-feira, 16 de abril de 2021

UNESP Rio Claro na mídia [16/04/2021]

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


UNESP Rio Claro na mídia [16/04/2021]


JC Business recebe profissionais para falar sobre dores na coluna e práticas saudáveis


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quinta-feira, 15 de abril de 2021

Redução no isolamento social desde 08/04 pode interromper queda da pandemia


Pela primeira vez desde o início de março, novos casos, internações e óbitos diminuem mais de 15% em 14 dias. Porém, a velocidade de novos contágios deixou de diminuir.

Eduardo Kokubun - Unesp-Rio Claro

Especialistas consideram que os indicadores da pandemia da Covid-19 estão estáveis se variarem 15% para cima ou para baixo em 14 dias. Dia 15/04 foi a primeira vez que o número de novos casos, internações e óbitos diminuíram mais de 15%. Foram necessários 41 dias entre fase vermelha, fase emergencial e endurecimento do distanciamento para reverter a escalada da pandemia. Esse período coleciona todos os recordes da pandemia em Rio Claro, incluindo 180 internações num único dia.
O objetivo das medidas de distanciamento e isolamento sociais, visam evitar o contato de uma pessoa infectada com a outra, quebrado a cadeia de transmissão. As restrições à abertura de estabelecimentos de serviços e comércio, e circulação de pessoas são extremas e amargas, porém consideradas necessárias para conter o alastramento do vírus na comunidade. É uma pausa necessária para reduzir a quantidade de pessoas doentes e internadas, reduzir a sobrecarga dos profissionais de saúde, recompor a estrutura e estoque de insumos.

Desde a vigência da fase vermelha do plano São Paulo, o nível de isolamento em Rio Claro que era de 38% no início aumentou continuamente até atingir 44% em 07/04. O número de reprodução Rt atingira valor de quase 2 em 01/03. Isso significa que cada pessoa infectada contagiava outras duas novas pessoas. 
Após 16 dias desde o início da fase vermelha, dos quais 9 na emergencial, com a taxa de isolamento em ascensão, o Rt começou a reduzir alcançando 1 em 27/03, quando a Prefeitura implantou dois finais de semana e feriado com medidas mais restritivas de circulação.





Esse período de maior restrição aumentou o isolamento e manteve o Rt próximo de 0,6, que demonstra redução apreciável na corrente de transmissão. 
A partir de 08/04, porém, a taxa de isolamento voltou a diminuir consistentemente, ao mesmo tempo que o Rt voltou a subir, atingindo 0,99 em 15/04. Conforme pode-se visualizar no gráfico, taxa de isolamento e Rt formam imagem em espelho: quando o isolamento aumento o Rt diminui e vice-versa. Se o indice de isolamento continuar a diminuir, a corrente de transmissão do vírus voltará a aumentar, com as consequências que já conhecemos.

Os 41 dias de fase vermelha conseguiram afastar a pandemia do pico, reduziu o número de casos, hospitalizações e óbitos. Isso porém não significa que a segunda onda terminou. O primeiro gráfico de número de novos casos mostra que Rio Claro está ainda com a pandemia elevada. Hoje a cidade está com quase 1000 pessoas infectadas com potencial de contagiar outra. Há outros que já foram contagiados por algum desses 1000 infectados que ainda não manifestaram sintomas e podem estar circulando livremente pelas ruas. Esse número é 25 vezes maior do que os 40 casos ativos em Rio Claro no intervalo entre as duas ondas.
Assim, neste momento da pandemia em Rio Claro, vale a recomendação disseminada à exaustão há um ano, quando tudo começou: #fique em casa. Na impossibilidade disso, não aglomere, fique em local ventilado, use máscara, lave as mãos ou use álcool em gel.



 

Vacinas x remédios off label

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

    A questão dos remédios off label já foi tratada pelo BAC na edição 28, mas é bom relembrar e fazer outras considerações.
    Primeiramente, seria muito bom que houvesse remédios com eficácia no tratamento precoce da Covid-19 ou de qualquer outra doença, mas não foi o que aconteceu. Muitos estudos foram conduzidos ao longo do último ano, em maior ou menor escala e amplitude, e os resultados apontam para a ineficácia de tais remédios, infelizmente.
    O conceito de off label é um medicamento já largamente usado para uma finalidade e que poderia ser aplicado para doenças novas, ainda não estudadas, ou para disfunções já conhecidas dentro de condições distintas. Ou seja, arriscar com algo já conhecido para avaliar a relação custo/benefício. Porém, isso deve seguir uma série de cuidados, não se limitando a testes clínicos em pequena escala. O remédio deve funcionar de forma ampla e segura. 
    Há uma percepção equivocada de que não se queria que tais remédios usados para outras enfermidades fossem eficientes para a Covid-19, o que é mais uma das falácias propaladas. Fato é que contra vírus, já sabemos, o melhor combate é pela prevenção com o uso de vacinas, o que está acontecendo agora em tempo recorde no mundo e com injustificável atraso no Brasil. 
    A outra forma de evitar a contaminação é diminuir a circulação do vírus, ou seja, diminuir a circulação de pessoas que são as portadoras do vírus. A máscara passa a ser elemento de proteção fundamental, criando uma barreira física mesmo quando o vírus está circulando. Porém, deve ser usada de forma adequada, cobrindo nariz e boca e estar bem fixada no rosto.
    Falta Paulo Freire para todos, no sentido da leitura equivocada que fazem do mundo em que vivem. Os que dominam algum conhecimento agem para não saber ler a bula de um remédio e verificar o quanto de letalidade ele contém, caso não seja usado dentro das dosagens e dos limites recomendados.

quarta-feira, 14 de abril de 2021

Casos de COVID-19 na Rede Estadual de Ensino de São Paulo: estudo debate o monitoramento

 João Eduardo Fernandes Ramos UFPE Eugenio Ramos UNESP



Estudo da Rede Escola Pública e Universidade (REPU), coletivo de pesquisadores e docentes de universidades e escolas públicas, com apoio do Sindicato de Professores da Rede Pública do Estado de São Paulo (APEOESP) realizou estudo Monitoramento de Casos de COVID-19 na Rede Estadual de São Paulo (clique aqui para acesso a nota técnica).

A comparação de uma amostra de 299 escolas estaduais indica divergência de dados com os dados públicos da Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo, como indicado no gráfico a seguir. A linha vermelha indica a incidência nas escolas monitoradas e as outras linhas em verde e azul uma incidência muito reduzida, como divulgado segundo o texto no Boletim da Secretaria de Educação. No estudo realizado, os casos em professores é três vezes maior.



A iniciativa colabora com o debate público sobre as questões de acompanhamento sanitário no contexto da Pandemia da COVID-19 e suas possíveis implicações para as atividades escolares.

Para o articulista Rodrigo Ratier (clique aqui para artigo) o estudo indica preocupantes indícios de risco real para professores e questiona volta às aulas presenciais em São Paulo.

O estudo foi apresentado em live no dia 14/04/2021, disponível no Youtube (https://www.youtube.com/REPUredeescolapublicaeuniversidade).


terça-feira, 13 de abril de 2021

Maternidade do Lattes

Maternidade no Lattes

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


CNPq anuncia inclusão do campo licença-maternidade no Currículo Lattes. 

A iniciativa atende a demandas da comunidade científica, sobretudo do Movimento Parent in Science

A modificação entra em funcionamento no dia 15 de abril.

Veja matéria em:

CNPq anuncia inclusão do campo licença-maternidade no Currículo Lattes.





EducaMídia

EducaMídia

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

EducaMídia é o programa criado para capacitar professores e engajar a sociedade no processo de educação midiática dos jovens.

Programa do Instituto Palavra Aberta com apoio do Google.org criado para capacitar professores e organizações de ensino, e engajar a sociedade no processo de educação midiática dos jovens.

Página: https://educamidia.org.br/quem-somos

Facebook: https://www.facebook.com/programaeducamidia/

Instagram: https://www.instagram.com/educamidia/

Twitter: https://twitter.com/educamidia









sexta-feira, 9 de abril de 2021

Rio Claro ainda não retornou ao início da fase vemelha: até agora, restrições afastaram pandemia do pico.

 O número de novos casos diários vem diminuindo. Porém, com número elevado de casos ativos, o risco de descontrole continua elevado.


Eduardo Kokubun- Unesp-Rio Claro

Lá se vão 34 dias de fase vermelha, fase emergencial e endurecimento de restrições em Rio Claro. Nesse período o número médio de pessoas internadas por dia subir de 118 para 173 e recuou para 153. Não conseguimos desafogar os hospitais. Uma semana antes da fase vermelhar, foram registradas 6 mortes, saltou para 30 e ontem recuou para 26: perdemos 4 vezes mais vidas na semana que passou do que antes da fase vermelha.

O número de casos ativos, aqueles que foram diagnosticados com a Covid-19 e que ainda estão com a doença, e, portanto, podem contagiar outro, era de 560 pouco antes da fase vermelha. O BAC de 05/03/2021 previu que com a taxa de transmissão Rt de 1,96, em alguns dias Rio Claro alcançaria 1.120 casos ativos. Dia 27/03/2021 Rio Claro cravou 1.118 casos ativos, coincidindo com o início do endurecimento de restrições no município. Passados 13 dias, em 08/04/2021 o número de casos ativos está mais próximo do pico de casos ativos com 959 casos. A taxa de transmissão Rt diminuiu, para 0,58. Assim, o município mantiver o comportamento dessas duas semanas tais como o distanciamento social, uso de máscara, higienização e outras adotadas nesta fase mais dura, haverá ainda 556 casos ativos. 




Para comparação, no início da segunda onda em Rio Claro, no início de novembro passado, havia 60 casos ativos. Ontem, portanto, havia 16 vezes mais pessoas com potencial de contagiar outra do que no início desta segunda onda. É muita gente. Além disso, criamos a condição apenas para voltar ao início da fase vermelha em março. Nem mesmo conseguimos aliviar hospitalizações e mortes.

Relaxar as medidas de isolamento agora implicará em retomar a escalada da pandemia que se iniciou em março. Com os hospitais ainda sobrecarregados, a escalada poderá deixar doentes sem leitos ou sem insumos. Isto acontecendo, Rio Claro terá que decidir quem terá direito à atenção hospitalar.


quinta-feira, 8 de abril de 2021

UNESP Solidária Rio Claro (SP) inicia nova campanha: ADOTE UMA CESTA

Bibiana Monson de Souza
Bernadete Benetti 
UNESP

❤️ Contagie-se com a solidariedade e nos ajude a ajudar ao próximo ❤️

A campanha ADOTE UMA CESTA tem como objetivo arrecadar fundos que serão utilizados na compra de cestas básicas a serem destinadas a família carentes (ou que estão com alguma dificuldade em decorrência a pandemia do Covid-19) cadastradas na campanha Unesp Solidária. #unespRCpelaVida. 

Para participar clique aqui

ou acesse pelo endereço https://www.sharity.com.br/adote-uma-cesta--unesp-solidaria--rio-claro-sp?u=bd5c057697ad11eba2270a64e40af16e


Comissão Executiva Anti COVID-19
da UNESP Campus de Rio Claro.

Direitos de crianças e adolescentes: Impactos da pandemia da COVID19

Débora C. Fonseca
UNESP

    Na última 4a.feira (07/04/2021) foi realizada uma Audiência pública no município de São Carlos para discutir os impactos da pandemia COVID19 sobre os direitos de crianças e adolescentes. 
    O debate foi iniciado com a apresentação dos resultados  da pesquisa realizada no município e analisada em conjunto com o Pró-Fórum de Direitos Humanos. 
    Participaram da audiência pública vereadores e vereadoras e representantes do poder público (Secretária de Infância e Juventude e de de Ação Social) entre outros. 
    O debate foi bastante produtivo na busca de sugerir ações que minimizem os impactos detectados no levantamento, bem como para o planejamento de ações com foco no pós-pandemia e na de garantia dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes no município, conforme previsto na Constituição Federal (CF 1988) e no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA 1990).  
    Entre os encaminhamentos destaca-se a ampliação do debate, com o agendamento de uma segunda audiência pública para continuidade do debate e a assinatura de uma Carta Compromisso proposta pelo Pró-Fórum de Direitos Humanos na perspectiva de garantia desses direitos. 
    A mesma pesquisa foi realizada no município de Campinas (já divulgada aqui) e em Rio Claro, cujos resultados serão apresentados em breve. 


Links dos documentos:
para Carta Compromisso clique aqui
para o Relatório final da pesquisa clique aqui

 

Machado de Assis on-line

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp





Machado de Assis on-line


Excelente opção de leitura sobre obras literárias, escritores, poetas, sugestões de filmes, enfim sobre arte, a Revista Prosa e Verso inclui um artigo sobre algumas curiosidades da vida de Machado de Assis e uma relação de suas obras disponíveis on-line.

Vale a pena conferir aqui.

Página: https://www.revistaprosaversoearte.com/

Facebook: https://www.facebook.com/prosaversoearte/



Imagem: Pixabay

#AbrilpelaVida

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp



#AbrilpelaVida


Com 3 semanas podemos reverter a pandemia no BR e salvar 22 mil vidas. É o q propõe a carta #AbrilpelaVida, assinada por mim e outros especialistas, pedindo aos Governantes q adotem lockdown de 21 dias, acompanhado de auxílio emergencial.

Carta Aberta ao Presidente da República, Governadores e Prefeitos Brasileiros

https://abrilpelavida.org/

Impacto da campanha no Twitter no final de semana pelo Núcleo Jornalismo aqui.






quarta-feira, 7 de abril de 2021

Os impactos da pandemia da Covid 19 sobre os direitos das crianças e adolescentes no município de São Carlos

Palestra de abertura da profª Débora Fonseca, da UNESP Rio Claro apresentará documento elaborado pelo Pró-Fórum de Direitos Humanos de São Carlos em audiência pública , com participação de representantes dos poderes executivo e legislativo da cidade de São Carlos

 Nesta quarta, 07/04, às 19h, o evento vai ser transmitido por meio do Youtube

https://www.youtube.com/user/camarasaocarlos 

Saúde e jornalismo - 7 de abril

Neste 7 de abril comemora-se o Dia Mundial da Saúde, em homenagem à primeira Assembleia Mundial da Saúde, ocorrida em 1948. A data passou a ser comemorada todo ano a partir de 1950 (veja mais aqui).

A data assume relevância maior ainda em função da pandemia em que vivemos e da importância dos sistemas de saúde para o tratamento de pacientes e desenvolvimento de vacinas. 

Além disso, 7 de abril também é dedicado ao Dia do Jornalista, em homenagem à criação da Associação Brasileira de Imprensa em 1908. A data passou a ser comemorada em 1931 (veja mais aqui).

terça-feira, 6 de abril de 2021

O valor da ciência

 

 Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp

O valor da ciência
Diálogo Nobel Brasil


A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Nobel Prize Outreach realizarão em 8 de abril, das 10h às 13h30, o evento online “O Valor da Ciência”, que vai reunir vencedores do Prêmio Nobel e 40 universitários do Brasil. Saiba como acompanhar.

Saiba mais aqui.




Jornada da Leitura 6.0

 

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


Jornada da Leitura 6.0


De 7 a 9 de abril, das 16h às 18h15 | on-line e gratuita!

LEITURA, sua melhor COMPANHIA para um envelhecer ATIVO e SAUDÁVEL

"Um evento dedicado ao público maduro, 60+, criado com o objetivo de apresentar a leitura como grande aliada nos cuidados com a saúde da mente, além de favorecer a inclusão social e digital. Com o tema “Leitura: sua melhor companhia para envelhecer ativamente”, a Jornada da Leitura 6.0 oferece uma programação de lives com especialistas em leitura e em saúde mental, além de escritores e artistas que vão falar sobre suas experiências na área".

Chamada para o evento aqui.

Programação completa aqui.

UNESP Rio Claro na mídia [06/04/2021]

Márcia Correa Bueno Degasperi

Unesp


UNESP Rio Claro na mídia [06/04/2021]


Aluno da Unesp Rio Claro desenvolve produto de sucesso para a Rede Globo

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Conceitos de Física da Matéria Codensada permitem descrever a propagação do vírus causador da Covid-19

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segunda-feira, 5 de abril de 2021

Risco de descontrole da pandemia ainda é altissimo, mesmo com alguns sinais de desaceleração

 O número de casos ativos, com potencial de transmitir a doença está 20 vezes maior do que no iintervalo entre as duas ondas.

Eduardo Kokubun, Unesp-Rio Claro


Nos últimos 14 dias, entre 23/03 e 05/04, Rio Claro registrou 987 casos novos, 966 pessoas se recuperaram, 45 foram a óbito e pelo menos 180 pessoas foram internadas.

Há cinco dias a média móvel de novos casos vem diminuindo, quando comparado com os 14 dias anteriores, o que mostra que as medidas mais severas de distanciamento estão surtindo efeito. Contudo, ainda é cedo para comemorar.

A taxa de ocupação de leitos está em 81%, ainda na faixa que corresponde à fase vermelha do Plano São Paulo. Os 72 leitos ocupados de UTI superam os 71 destinados para o atendimento de suspeitos de covid-19 no município.

Os dados indicam que a pandemia estabilizou com tendência à diminuição no município. No entanto, os valores ainda são elevados. Corrigindo o número de novos casos pela população de Rio Claro, nos últimos 14 dias foram registrados 487 novos casos por 100 mil habitantes. Esse valor é muito superior ao adotado no Plano São Paulo para classificar um Departamento de Saúde na fase laranja que é de 360 casos novos em 14 dias por 100 mil habitantes. É quase o triplo para ingressar na fase verde, menos restritiva. É muito maior do que em outubro, no intervalo entre a primeira e segunda onda que foi de 70 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias.

O número de casos ativos, aquelas pessoas que estão infectadas e com potencial de contagiar outro está elevado: 963 em 05/04, contra menos de 50 em outubro. Em outras palavras, há quase 20 vezes mais pessoas com potencial de transmitir a doença do que no intervalo entre as duas ondas. Em outras palavras, a chance de encontrar alguém infectado em Rio Claro, e portanto, de alguém ser contagiado é 20 vezes maior hoje do que em outubro.

Para o efetivo controle da pandemia, é necessário que o número diário de casos novos continue a reduzir para menos de 10 por dia, que o números de pessoas recuperadas continue a aumentar mais do que o de novos casos. É necessário ainda que a taxa de ocupação de leitos reduza para menos de 70%. Sem alcançar essas metas, Rio Claro, assim como outros municípios do país, viverá momentos de insegurança na saúde, com reflexos em todos os demais setores da sociedade.