O número de casos ativos, com potencial de transmitir a doença está 20 vezes maior do que no iintervalo entre as duas ondas.
Eduardo Kokubun, Unesp-Rio Claro
Nos últimos 14 dias, entre 23/03 e 05/04, Rio Claro registrou 987 casos novos, 966 pessoas se recuperaram, 45 foram a óbito e pelo menos 180 pessoas foram internadas.
Há cinco dias a média móvel de novos casos vem diminuindo, quando comparado com os 14 dias anteriores, o que mostra que as medidas mais severas de distanciamento estão surtindo efeito. Contudo, ainda é cedo para comemorar.
A taxa de ocupação de leitos está em 81%, ainda na faixa que corresponde à fase vermelha do Plano São Paulo. Os 72 leitos ocupados de UTI superam os 71 destinados para o atendimento de suspeitos de covid-19 no município.
Os dados indicam que a pandemia estabilizou com tendência à diminuição no município. No entanto, os valores ainda são elevados. Corrigindo o número de novos casos pela população de Rio Claro, nos últimos 14 dias foram registrados 487 novos casos por 100 mil habitantes. Esse valor é muito superior ao adotado no Plano São Paulo para classificar um Departamento de Saúde na fase laranja que é de 360 casos novos em 14 dias por 100 mil habitantes. É quase o triplo para ingressar na fase verde, menos restritiva. É muito maior do que em outubro, no intervalo entre a primeira e segunda onda que foi de 70 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias.
O número de casos ativos, aquelas pessoas que estão infectadas e com potencial de contagiar outro está elevado: 963 em 05/04, contra menos de 50 em outubro. Em outras palavras, há quase 20 vezes mais pessoas com potencial de transmitir a doença do que no intervalo entre as duas ondas. Em outras palavras, a chance de encontrar alguém infectado em Rio Claro, e portanto, de alguém ser contagiado é 20 vezes maior hoje do que em outubro.
Para o efetivo controle da pandemia, é necessário que o número diário de casos novos continue a reduzir para menos de 10 por dia, que o números de pessoas recuperadas continue a aumentar mais do que o de novos casos. É necessário ainda que a taxa de ocupação de leitos reduza para menos de 70%. Sem alcançar essas metas, Rio Claro, assim como outros municípios do país, viverá momentos de insegurança na saúde, com reflexos em todos os demais setores da sociedade.
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