Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro
Os organizadores também destacam o fato de nenhum membro da delegação brasileira, considerando atletas e comissões técnicas, tenha sido contaminado com o coronavírus. A bolha criada em Tóquio parece ter funcionado, ainda que, no total, tenha havido o registro de 430 casos de covid-19, com alguma oscilação frente ao número oficial de menos de 400 (veja matéria completa aqui). Os protocolos de higiene parecem ter funcionado, mas a população japonesa continuou não apoiando a realização do evento esportivo. Nos dias finais das Olimpíadas, a cidade de Tóquio registrou um aumento no número de casos diários de covid-19, que chegaram a mais de 5 mil.
A experiência da bolha significa que todos os envolvidos eram testados diariamente, protocolos foram rigidamente seguidos, especialmente o uso de máscaras e álcool em gel, e os eventos foram praticamente sem público, o que também marcou financeiramente o evento. Os relatos davam conta de que a maioria dos integrantes da bolha estava vacinada: atletas, comissões técnicas e jornalistas.
Seria a experiência japonesa um parâmetro para a volta segura às aulas aqui? Lembremos que desde o início da pandemia, pouco testamos a população e fizemos menos ainda o rastreamento de contatos dos casos ativos. Imaginemos uma bolha olímpica para nossos alunos, professores e equipes de apoio educacional. Conseguiríamos testar continuamente todos, com protocolos rígidos e procedimentos para os que estiverem contaminados? Nas Olimpíadas foram cerca de 80 mil pessoas testadas diariamente. Cerca de 0,5% deram positivo, mesmo com 85% de vacinados. Não temos um número representativo de quantas crianças e adolescentes podem se contaminar para dimensionar o número de testes necessários para adentrarmos uma bolha eficaz, mas fato é que nenhum desses estudantes está vacinado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário