Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro
A defesa de um tratamento precoce, inexistente contra a covid-19, é feita baseando-se numa suposta autonomia médica, sustentada pelo Conselho Federal de Medicina. Isso foi dito pelo presidente ao defender tal tratamento pudesse ser de responsabilidade do médico. Tal como já evidenciamos neste Boletim (ed. 95 - Limites da autonomia do médico e do paciente), o código de ética médica preconiza que o uso de medicamentos off-labels não é indiscriminado, como disse o orador na abertura da Assembleia da ONU, e somente pode ser feito após estudos científicos que demonstrem sua segurança e eficiência, o que nunca foi o caso dos componentes do chamado "kit covid".
Ao falar ou dar a entender de que é prova de que tal uso medicamentoso inseguro funcionou, o representante do Estado brasileiro distorce a avaliação estatística que embasa toda a ciência séria. Um caso isolado nunca pode ser tomado como regra para todos. O que na realidade tem sido constatado é um número enorme de pessoas que vieram a morrer ou ter sérias complicações devido ao uso de tais medicamentos. Parte desses casos está sendo avaliada pela CPI da Pandemia no Senado Federal.
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