A Cinemateca Brasileira já vinha dando sinais de perigo há anos devido às más condições de suas instalações e descaso e sucateamento em todos os níveis, não apenas os materiais de preservação de acervo, mas também a falta de funcionários para lá trabalharem. O incêndio em um de seus galpões foi apresentado com tragédia anunciada, retrato da forma como governantes estão tratando nossa memória cultural.
Filmes mais antigos eram feitos de nitrato de celulose que, por ser muito inflamável, foram causa de vários acidentes. O filme "Cine Paradiso" (https://www.imdb.com/title/tt0095765/) apresenta essa situação e a transição para filmes de acetado de celulose, que se decompõem com o tempo, mas queimam com maior dificuldade. O acervo na Cinemateca é predominantemente de acetatos que, literalmente, viram vinagre com o tempo. Estima-se que em condições adequadas de armazenamento, com controle de umidade e temperatura, os filmes possam durar até 100 anos.
Os originais revelam detalhes da produção, incluindo partes excluídas de um filme ou documentário e a própria técnica utilizada. Talvez cópias tenham sido guardadas em outro local, mas ali seria o lugar principal e de primeira escolha para manter um acervo. Vamos continuar a lamentar a extensão de mais uma perda cultural.
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