Faltosos da segunda dose alcançam cerca de 10 mil e da dose de reforço quase 50 mil em Rio Claro.
Eduardo Kokubun
Unesp Rio Claro
As vacinas contra a Covid-19 foram desenvolvidas com uma rapidez sem precedente para conter a pandemia que nos castiga há dois anos. Durante o ano passado, aprendemos como o vírus Sars-Cov2 é capaz de se modificar rapidamente e escapar das defesas proporcionadas pelas vacinas obrigando a aplicar uma dose adicional de reforço.
A chegada da variante Ômicron escancarou a necessidade desse reforço e o perigo da distribuição desigual das vacinas. As variantes surgem quando o vírus é transmitido para um grande número de pessoas, que vê a oportunidade de se modificar e replicar em organismos com baixa defesa.
Aprendemos também que mesmo nas pessoas vacinadas com duas doses, a defesa contra o vírus diminui com o tempo. Muitos habitantes de Rio Claro tomaram a segunda dose há mais de seis meses, considerado o prazo de "validade" das vacinas. Sem a dose de reforço, as defesas vão diminuindo e a parcela da população protegida vem diminuindo.
Agosto de 2021 foi o mês onde alcançamos o número máximo de pessoas com a vacina dentro do prazo de validade. Ao longo do segundo semestre de 2021 porém, muita gente deixou de comparecer para tomar a dose de reforço. Quando a Ômicron chegou em Rio Claro, 44 mil pessoas tinham deixado de tomar o reforço. No final de janeiro, contando com todas essas faltas, a parcela da população adequadamente imunizada despencou para apenas 54%.
O número de casos em Rio Claro, como se vê na linha azul do gráfico, explodiu em janeiro. Parte disso se deve à Ômicron, muito mais transmissível. O impacto, porém, seria menor se não tivéssemos um em cada quatro rioclarenses com a carteira de vacinação em atraso.
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