quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022

Ciência não é prioridade para o governo federal

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

A publicação da Portaria 667 da Casa Civil em 9/2/2021 (https://in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-667-de-9-de-fevereiro-de-2022-379226707) deixa claro que ciência não é prioridade para as ações governamentais junto ao Parlamento. A portaria elenca 45 projetos e proposições, de iniciativa do Executivo ou já em tramitação no Congresso Nacional, considerados prioritários para o atual governo federal.

Sabendo o relevante papel da ciência na apresentação de soluções para a pandemia de Sars-Cov-2, especialmente em relação ao desenvolvimento de vacinas, o setor fica de fora dessas iniciativas, revelando serem prioritárias a pauta de costumes e as outras de segmentos que fortemente apoiam o atual governo - agronegócio, armamento, privatizações, saúde e educação privadas.

O negacionismo não tem sido apenas de cunho ideológico, mas prático. Promover medicamentos sem eficácia contra a covid, incentivar aglomerações, desrespeitar o distanciamento e o uso de máscara foram atividades oficiais de peso durante a pandemia e objeto de CPI e investigação pelo Ministério Público (ver BAC 155 https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-155-05022022). Agora, fica claro que na retomada de atividades, pouco ou praticamente nada tem sido considerado prioritário para a recuperação das agências de fomento à ciência e institutos de pesquisa, que se encontram em situação de total desmonte e abandono.

Assim, foi significativo que, mesmo em evento científico simbólico, como a homenagem à criança de 5 anos, Miro Latansio Tsai, que descobriu 15 asteroides por meio de atividade patrocinada pela NASA (Agência Espacial Norte-Americana), ter sido constrangedor o Ministro da Ciência e Tecnologia de nosso país ser o único na cerimônia sem máscara de proteção facial.

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