sexta-feira, 20 de agosto de 2021

O Haiti é aqui?

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

No fim de semana de tragédias, mais de 2 mil pessoas morreram pela ação de dois abalos sísmicos no Haiti (https://g1.globo.com/mundo/noticia/2021/08/19/numero-de-mortos-por-terremoto-no-haiti-passa-de-2100-pais-registra-novo-abalo.ghtml). A catástrofe soma-se a outras tragédias que abalam aquele país há anos, com o perdão do trocadilho, em função de outros terremotos, crise política e institucional. Solidarizamo-nos, ficamos abalados.

E a covid-19? No mesmo período de três dias, pela média de notificação de óbitos, somente no Brasil foram 2500 mortos. Morremos ainda mais de covid-19 do que haitianos no terremoto. Certo que no país caribenho, a junção de fatores geológicos é difícil de prever ou evitar. Mas a covid-19 não. Poderíamos estar em situação mais controlada porque a epidemiologia é menos incerta.

Descaso é palavra de ordem para explicar a condição quase desumana dos haitianos. Não é muito diferente da decisão de retirar restrições à circulação e aglomeração de pessoas no Estado de São Paulo, dissolvendo o comitê de aconselhamento. O Haiti pode não ser aqui, mas o estrangulamento insular no que diz respeito a seguir a ciência está mais intenso.

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