sexta-feira, 6 de agosto de 2021

Covid, Olimpíadas e Hiroshima

Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro

Desde o início das Olimpíadas de Tóquio, há duas semanas, cerca de 140 mil pessoas morreram de Covid-19 no mundo. Número de vítimas semelhante ao da explosão da bomba nuclear lançada sobre Hiroshima há exatos 76 anos. Em 6 de agosto de 1945 a cidade japonesa era varrida do mapa, marcando abruptamente o fim da Segunda Guerra Mundial e o começo da Guerra Fria.

A coincidência de datas e números é para nos lembrar de quão letal a pandemia do coronavírus, o Sars-Cov-2, ainda está entre nós. O mundo procura restabelecer uma normalidade, não devido a um controle da pandemia, mas porque já absorveu a perda e o luto. Não se deu tempo para uma devida reflexão e aprendizado.

O Japão sobreviveu ao bombardeio, que foi seguido por outro, três dias depois, sobre Nagasaki, ceifando a vida de mais cerca de 80 mil pessoas. As razões para tal morticínio duplo são amplamente discutidas por historiadores e a vingança pelo bombardeio a Pearl Harbor não é descartada.

O mesmo país derrotado na guerra sedia os Jogos Olímpicos planejados para 2020 e adiados pela primeira vez devido a questões sanitárias. A pandemia ali está sob controle, aparentemente, ainda que as medidas adotadas ao longo dos últimos 18 meses tenham oscilado muito quanto à eficácia e eficiência.

O saldo ou salto olímpico dessa conjunção de vários acontecimentos veremos apenas nas próximas semanas, lembrando que a História pode se repetir, como farsa ou tragédia.

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