Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro
A live de 2/7/2021 com os professores da Unesp Carlos Fortaleza, de Botucatu, e Eduardo Kokubun, de Rio Claro pode ser assistida na íntegra no youtube (https://www.youtube.com/watch?v=upYtAkKJmes). Foi mais uma oportunidade para a discussão avançada e balizada com a finalidade de esclarecer a situação atual das vacinas e do processo de vacinação, bem como a dinâmica da covid-19 no momento.
No início o professor Fortaleza exibiu um vídeo explicando por que não faz sentido escolher vacinas em função de diferentes eficácias entre elas (os nefastos “sommelier” de vacinas). A proteção almejada é a coletiva e cada um dos imunizantes tem parâmetros obtidos em diferentes condições e públicos durante os ensaios clínicos. Qualquer vacina que estiver aprovada pelos órgãos reguladores – Anvisa, no caso brasileiro – é adequada para ser aplicada na população.
As experiências de vacinação em massa em Botucatu (vacina AstraZeneca-Oxford) e Serrana (CoronaVac) demonstraram essa eficácia populacional, que já vem sendo observada na população em geral com queda no número de óbitos, de casos mais graves e de internações. Os detalhes gráficos foram apresentados de forma adicional pelo professor Fortaleza em relação a Botucatu. Os dois estudos foram feitos com públicos e metodologias distintos e não podem ser comparados. Há outras vacinas que também deverão ser aplicadas da mesma forma, apesar de agora restar poucas comunidades amplas que ainda não tenham sido vacinadas.
Internações e mortes ocorreram mais em idosos e por isso essa foi eticamente a faixa etária escolhida para ser iniciada a vacinação.
O professor Kokubun apresentou o conceito de camadas de proteção em analogia a fatias de queijo suíço, já elaborada no BAC 62 (https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-62-24112020). A vacinação é uma dessas camadas ou fatias. Se as demais falharem, como o distanciamento, a higienização e o uso de máscara, não bastará a de imunização para conter o andamento da pandemia. E novamente, para o caso particular de Rio Claro, está havendo a diminuição de mortes nas faixas etárias com maior porcentagem de vacinados que é de idosos. Não conseguimos evitar a doença ainda devido às falhas nas demais camadas de proteção, mas já conseguimos evitar mortes e casos mais graves.
Uma terceira dose da vacina parece não aumentar a proteção e não é pertinente no momento, ainda mais que nem um terço da população está devidamente vacinada. Mas não há ainda estudo conclusivo para se saber qual a duração da imunização e pode ser que, tal como outras vacinas, seja necessária uma dose de reforço.
O professor Fortaleza ressaltou a menor infecção que pode ocorrer por superfícies o que leva à menor necessidade de limpar objetos quando trazidos das compras. Mas será difícil alterar a rotina já assimilada de lavar tudo o que entra em casa. O importante é a limpeza antes do consumo, como já devia estar sendo feito por questões higiênicas pré-pandêmicas.
A contaminação principal se dá pelo ar e uma preocupação deve ser feita com a ventilação de ambientes. Segundo o professor Kokubun, esse aspecto ainda não está muito bem discutido e analisado. Em suas palavras, “não respirar o ar alheio”, que foi tema de sua matéria no BAC 101 (https://sites.google.com/unesp.br/boletim-anti-covid-19/ed_anteriores/bac-101-23042021).
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