sexta-feira, 12 de março de 2021

O debate político em torno da Pandemia

Adilson Roberto Gonçalves
Unesp - Rio Claro

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um longo discurso no dia 10 de março, abordando vários aspectos políticos. Um recorte dos trechos referentes à pandemia do novo coronavírus é apresentado. De forma geral, ele critica duramente a condução do governo no enfrentamento da pandemia, prega a vacinação, o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização. Faz defesa do SUS, atribuindo à estrutura do órgão público o fato da tragédia não ser maior ainda.

Logo no início, Lula certifica-se de que todos estejam de máscara, que todos foram testados e que, após autorização do médico presente, pede para tirar a máscara para discursar melhor, recolocando-a ao final da entrevista que sucedeu o discurso.

Solidariza-se com as famílias dos mais de 270 mil mortos pelo coronavírus, presta homenagem também aos profissionais da saúde, especialmente ao SUS, que vem sendo “descredenciado”, nas palavras do ex-presidente, tendo suas verbas reduzidas, mas é o principal responsável pela tragédia não ser muito maior ainda.

Afirmou que a questão da vacina não é de dinheiro, mas sim de amar a vida ou a morte, questionando o papel do Presidente da República no cuidado de seu povo.

Lula, com 75 anos, em breve tomará a vacina e fará propaganda para que todos tomem a vacina. “Não siga nenhuma decisão imbecil do presidente da República ou do ministro da Saúde”, foram suas palavras. A vacina é o que pode livrar da covid-19, diz o ex-presidente. E continua com o alerta de que, mesmo vacinado, o distanciamento social, o uso de máscara e a higienização são fundamentais e deverão sem mantidos e continuados.

Lamentou que as mortes, ultrapassando as 2 mil diárias, tenham sido naturalizadas. Mortes que teriam sido evitadas, em parte, se houvesse um comitê de gestão de crise no nível federal. Na visão dele, tal comitê envolveria o ministro e os secretários estaduais de saúde e pesquisadores das instituições envolvidas com vacinas, cuja função seria orientar semanalmente a população sobre o que fazer. O presidente e o comitê visitariam os municípios, os hospitais, avaliando as condições de enfrentamento da pandemia. Trabalharia para evitar que faltasse oxigênio em Manaus. Criticou a ausência de interesse em adquirir ofertas de vacinas, como a feita pela Pfizer. Em suma, duramente criticou a postura do Presidente da República de defender inexistente tratamento precoce, dizer que se tratava de uma gripezinha e delegando à população o risco de contrair a doença. Quanto ao risco é interessante, como complemento, a leitura dessas reflexões feitas por Duanne Ribeiro na revista CULT: leia aqui.

Ao final, afirmou que a “covid está tomando conta desse país e a cepa de Manaus parece que é dez vezes mais contagiante que a outra cepa, e mata pelo menos duas vezes mais”. Importante que Lula ouviu os cientistas para apresentar esses dados.

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