terça-feira, 9 de março de 2021

Em Rio Claro e principais cidades vizinhas: metade dos casos ocorre em pessoas com menos de 40 anos. Óbitos ocorrem(iam) em mais idosos.

Foram analisados dados Secretaria Estadual de Saúde para os municípios de Araraquara, Araras, Piracicaba, Rio Claro e São Carlos. A distribuição da idade dos casos  é semelhante entre os municípios. Adultos com menos de 60 anos impulsionaram óbitos em Araraquara.

Eduardo Kokubun, Unesp


    A aceleração da segunda onda e a chegada da variante P.1., dizem, mudou o perfil da pandemia no Brasil. Rio Claro e vizinhança foram assoladas por uma avalanche de novos casos e óbitos que amplificaram a gravidade da crise, anunciada desde novembro do ano passado.
Escolhemos quatro municípios vizinhos, com população maior do que 100 mil habitantes e frequentaram o noticiário nas últimas semanas. Araraquara que se tornou o epicentro da pandemia no Estado com a propagação, agora confirmada da nova variante p.1, situação muito parecida com a de Araras. Piracicaba é a cidade mais populosa do Departamento Regional de Saúde ao qual pertence Rio Claro e com o, qual compartilha a infraestrutura hospitalar. São Carlos também passa por um aperto em vagas de hospitais e tem porte semelhante ao de Rio Claro.




    Buscamos informações na Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo, que apresenta dados de cada caso Covid-19 no Estado, como idade, sexo, presença de comorbidades, a data do primeiro sintoma e se houve ou não óbito. Os gráficos apresentam dados de novos casos e óbitos agrupados em períodos de duas semanas.
    Prefeituras utilizam a data de divulgação do resultado do teste ou do óbito para compor suas estatísticas. Porém, isso não significa que alguém ficou doente naquele dia: a pessoa é infectada, passa alguns dias sem sintomas, e muitas vezes outros dias até o diagnóstico ser realizado. Os dados que consideram a data do aparecimento do sintoma é um retrato melhor do estágio da pandemia. A desvantagem é que há um atraso de uma a duas semanas até aparecer nas estatísticas de novos casos ou até mais no caso de óbitos. Por essa razão, marcamos em azul, as datas cujos resultados ainda podem mudar.
    A proporção de novos casos por faixa etária permaneceram praticamente estáveis em todos os 5 municípios. Em comum, cerca de metade das infecções ocorreram em pessoas com menos de 40 anos (em verde entre 20 a 39 anos e em azul até 19 anos).


    O gráfico de óbitos mostra a razão do desespero em Araraquara. Dá para notar a escalada de óbitos: 4 pessoas tiveram os primeiros sintomas nas duas semanas entre 24/11 e 7/12 foram a óbito. Esse número saltou para 41 entre aqueles que tiveram os sintomas entre 2/02 a 15/02. Outros municípios também tiveram escalada de mortes. De um modo geral, cerca de 80% dos óbitos ocorreram em pessoas com idades entre 60 e 79 anos e 80 anos ou mais. Porém, o que chama a atenção em Araraquara é o aumento de mortes entre aqueles com idade entre 20 e 39 e 40 e 59 anos de idade.     Dados preliminares mostraram que a variante P.1. é o que predomina em Araraquara. O perfil de mortalidade por lá é compatível com a maior transmissibilidade e gravidade em mais jovens que se atribui à essa variante.
    Enquanto os pesquisadores ainda tentam compreender essa variante brasileira, precisamos nos proteger.
    Em plena fase vermelha no Estado e sobrecarga de hospitais em todo país, disse uma aluna:
Vamos sair: Nem pensar."

"Quer sair: Quero.

Pode sair: Posso.

Sábias palavras...

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