segunda-feira, 29 de março de 2021

Em Rio Claro, as internações saltam em jovens enquanto despencam em mais idosos

Levantamento feito com dados de 996 hospitalizados em 2021 mostra aumento de 167% de internações entre 30 a 40 anos entre janeiro e março. Proporção de óbitos na faixa de 80 anos ou mais despenca de 65% para 5%.

Eduardo Kokubun - UNESP - Rio Claro

Março de 2021 já é o mês com maior mortalidade por Covid-19 em Rio Claro durante toda pandemia. Antes do final do mês, em 29/03, a Prefeitura informou a ocorrências de 90 óbitos, 30% de todos os 12 meses da pandemia.

 Também é o mês com maior número de internações, e está ultrapassando a capacidade máxima de leitos, assim como em muitos municípios de todo o Brasil. Em comparação a janeiro, o número de pessoas internadas com Covid-19 confirmada aumentou de 166 para 233 (45% ). Porém, a distribuição é desigual entre as faixas etárias. Entre 20 até 70 anos de idade, o aumento é superior à média. Destaque é a faixa de 30 a 40 anos: 9 foram internados em janeiro e em março já são 24, um aumento foi de 167%! Na faixa de 40 a 50 anos foi de 108% (de 26 para 54) e de 20 a 30 anos de 67% (de 6 para 10).

Entre os maiores de 70 anos, o avanço das internações ficou abaixo da média, com destaque para a faixa de 80 a 90 anos, que reduziu em 50% (de 20 para 10).







Óbitos acompanham tendência semelhante ou pior. Enquanto o número de pessoas internadas com covid-19 confirmada aumentou 44% o número de óbitos aumentou 129%. Entre os internados em janeiro, a maior incidência de óbitos ocorreu na faixa de 80 a 90 anos. Em março, houve um avanço na incidência de óbitos em todas as faixas, enquanto entre os mais idosos, o número estacionou. 



Entre os internados em janeiro, 65% dos óbitos ocorreu em pessoas com mais de 80 anos. Em março, despencou para apenas 5%.  Em todas as faixas de idade abaixo de 80 anos, a incidência de óbitos aumentou, notadamente para aqueles entre 50 e 80 anos.

Esses dados mostram que a pandemia em Rio Claro mudou. Está levando mais pessoas jovens, principalmente entre 30 a 40 anos a serem internadas. É possível que o aumento da velocidade de contágio esteja levando pessoas mais jovens a necessitarem de cuidados hospitalares. Também não é possível descartar os efeitos da variante P.1. que já está em circulação pela região e possivelmente no município. 

A boa notícia é que, mesmo andando muito lentamente por falta de doses, é possível que a vacinação esteja surtindo efeito, reduzindo tanto o número de internações como o de óbitos nos mais idosos que já foram vacinados. É um efeito que já foi antecipado no BAC 74 de 15/01/2021.



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