Mariana Milani
estudante de física na Unesp Campus Rio Claro e
integrante do coletivo AstroLábia sobre estudos do universo
Mulheres e Meninas na Ciência: encantos e desafios na trajetória acadêmica
Talvez você tenha se deparado com alguns eventos sobre mulheres cientistas
nos últimos dias. Esse alvoroço em torno da legião feminina tem um motivo especial:
no dia 11 de fevereiro comemora-se, desde 2015, o Dia Internacional das Mulherese Meninas na Ciência, data instituída pela Assembleia das Nações Unidas. Não é
novidade que historicamente as mulheres foram excluídas de diversos processos,
espaços e instituições sociais e vêm adquirindo voz com o avanço das lutas
feministas pela equidade de gênero atravessadas pelas lutas dos grupos
minoritários. Nos últimos anos, diversas pesquisas levantaram a questão das
desigualdades no ambiente acadêmico mostrando a impressionante diferença ente o
número de homens e mulheres nas áreas STEM (Science, Technology, Engineering
and Mathematics), principalmente no decorrer da carreira, elencando alguns fatores
que podem levar às disparidades entre o grupo social dominante (homens brancos,
cis, héteros, etc.) e as chamadas minorias sociais. Você pode ler algumas pesquisas
e textos sobre o assunto logo abaixo, nas sugestões. O objetivo não se limita a
encarar as dificuldades como empecilhos, mas também encontrar no
reconhecimento desses obstáculos e na inspiração em trajetórias de mulheres que
os superaram um estímulo para prosseguir nesse caminho conflituoso e repleto de
encantamentos.
Para contribuir com a ampliação deste debate tão importante no meio
científico e com a sociedade, compartilho alguns eventos, grupos e entidades que se
dedicam a essas questões. Um deles está em Rio Claro, você sabia? O grupo 500Mulheres Cientistas faz parte do projeto internacional 500 Women Scientists como
um de seus múltiplos braços organizados em pods (núcleos) locais. Em Rio Claro,
essa iniciativa ganhou força em meados do ano passado a partir da ecóloga Dra.
Milene Alves-Eigenheer, criadora da página de divulgação “Eco et al.”. O pod de Rio
Claro está de portas abertas para você, mulher cientista, que deseja conhecer,
aprender, discutir e contribuir com as iniciativas locais para a promoção da
diversidade nas ciências. Quer saber mais? Basta acessar este link:
https://500womenscientists.org/pods, clicar em “join or start a pod” e encontrar o pod de Rio Claro seguindo os passos indicados. Outros grupos espalhados pelo país (e
pelo mundo!) estão em universidades, instituições de pesquisa e sociedades
científicas promovendo alguns programas de incentivo às mulheres nas ciências
como o Prêmio Carolina Bori (SBPC), CAPES e CNPq, ou atuam de forma
independente como o “Mulheres na Ciência” - um site colaborativo de mulheres
cientistas. Hoje em dia são tantas iniciativas e projetos incríveis que não serei capaz
de elencar todos aqui. O grupo das Mulheres no IFT (Instituto de Física Teórica daUnesp) começou um levantamento desses projetos no âmbito nacional a fim de criarum banco de dados e deve divulgá-lo futuramente.
Se você está curiosa ou curioso, pode encontrar alguns eventos e sugestões
de leituras, vídeos e podcasts aqui:
- 08 a 12/02 Masterclass Internacional de Física de Partículas - feminino (SPRACE)
- 10 a 12/02 Fiocruz comemora: Mulheres e Meninas na ciência
- 10 a 12/02 I Semana de Mulheres na Ciência e Tecnologia - CAECA UFLA
- 13/02 Oficina Ciência e Mulheres Cientistas para crianças de 7 a 13 anos
- 13/02 Oficina Formação e Carreira científica para meninas de 13 a 17 anos
- Livro de passatempos - Cientistas negras: brasileiras
- Mulheres e ciência: uma história necessária
- Projeto Meninas e Mulheres na Ciência
- Podcast Meninas nas Ciências Exatas, Engenharia e Computação
- Revista mulheres na Ciência #1, 2019
- Elsevier Final Report “Gender in the Global Research Landscape”
- Inspiring the Future - Redraw the Balance
- Mulheres na Física: por que tão poucas?
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