2019 x 2020: nem tudo que é ruim ficou pior

2019 x 2020: nem tudo que é ruim ficou pior

 O número de mortes pela pandemia foi muito maior do que as provocadas pelos acidentes de trânsito. Embora o número de homicídios tenha aumentado em 2020, outros dados indicam redução de crimes no município.

Eduardo Kokubun 
Unesp

    Falaram que o novo coronavírus mataria menos gente do que o trânsito. O ano terminou e os números mostram que, pelo menos em Rio Claro erraram, e feio. Foram 164 mortes confirmadas pela Prefeitura, 187 segundo os registros de óbitos em cartório. Vítimas de trânsito, foram 19. De homicídios, 17. A covid-19 matou cerca de 5 vezes mais do que essas mortes violentas.

    Alguns números que já estão disponíveis em estatísticas oficiais faz um retrato do que foi o ano que passou em relação a 2019. A tabela mostra alguns dados públicos da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo (Indicadores da criminalidade do Estado de São Paulo) e do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil do Brasil (Portal da Transparência Covid-19). Ambos trazem estatísticas atualizadas respectivamente sobre a criminalidade no Estado de São Paulo e óbitos por Covid-19. Vamos olhar alguns deles.

    Todos nós tememos ser vítima de algum crime ou de acidente. Em 2020 a polícia registrou 3.647 ocorrências no município. Isso é quase a metade do número de casos Covid-19 por aqui. Do total de ocorrências, cerca de um terço foram devido a furto ou roubo e um terço em acidente trânsito. Sim, houve muito mais chance de sermos surpreendidos pela pandemia do que por ocorrência como crime ou acidente que tiram o sono da gente.

    O número de mortes em Rio Claro aumentou no ano passado em relação a 2019 em 1,47%, influenciado pela mortalidade da Covid-19.  Por outro lado, o número de mortes pelas causas tradicionais diminuiu ligeiramente, em 4,16%.

    O isolamento imposto pela pandemia também diminiu a criminalidade em quase 20%, o mesmo ocorrendo com acidentes de trânsito, mortes por esses acidentes, furtos e roubos e também de estupros.

    Na tabela, a única exceção ficou por conta dos homicídios intencionais que aumentou 30,8%.