domingo, 20 de março de 2022

Liberou, mas a máscara não caiu

Eduardo Kokubun - Unesp/Rio Claro

Uma, duas, três… dez… trinta … Interrompi a contagem quando atingi oitenta pessoas que passaram por mim num grande Shoping Center neste final de semana. Sessenta e cinco ou 81,25% usavam máscara como eu. Dentro dos estabelecimentos, a maioria esmagadora das pessoas que atendem o público, como vendedores, atendentes, caixa, garçom, pessoal de limpeza, também utilizavam mascara.  É o primeiro final de semana após a desobrigação em ambiente fechado anunciada com felicidade como o “momento tão esperado” pelo Governador do Estado.

A grande quantidade de gente usando máscaras não condiz com a euforia expressa por muitos dos governantes do país. Afinal, se a independência da máscara era tão esperada, porque somente a minoria a teria deixado de lado? Parece que parte importante da população sente que a pandemia não está tão controlada como as autoridades querem fazer parecer. Eles preferem continuar usando a proteção e esperar para ver os efeitos sobre a pandemia. Assim procedendo, talvez as pessoas se sintam um pouco mais no controle da situação.

O argumento apresentado por governantes em todos os cantos do mundo para o relaxamento de medidas de proteção contra a transmissão da Covid-19 é a boa evolução dos dados epidemiológicos nesta onda ômicron. O número de novos casos que aumentou explosivamente em poucas semanas, vêm de reduzindo consistentemente. Hospitalizações e óbitos que foram mais amenas nesta onda também se reduziram, enquanto um grande número de pessoas, incluindo crianças, já foram imunizadas. 

Contudo, para muitos especialistas, a liberação das medidas de proteção deveria ser feita mais gradualmente do que está sendo realizada pelos governantes no país. A julgar pela proporção de pessoas que ainda não abandonaram as máscaras, por enquanto, a voz dos especialistas tem falado mais alto. 








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