Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN Unesp Rio Claro
Na Ucrânia completa-se um mês de outra guerra, deflagrada por interesses locais e ainda de difícil entendimento e aceitação. Questões políticas, econômicas e históricas à parte, verifica-se que não são mais fornecidos dados confiáveis do número de novas infecções e mortes por Covid-19 daquele país. Sabemos que a primeira vítima em toda guerra é a verdade e a informação epidemiológica e sanitária já não está mais acessível. No entanto, podemos comparar com dados anteriores ao início do conflito.
Segundo o repositório de dados sobre Covid-19 do Center for Systems Science and Engineering (CSSE) da Johns Hopkins University (https://github.com/CSSEGISandData/COVID-19), a média semanal de mortes por Covid-19 na Ucrânia oscilava entre 250 e 300 nos dois primeiros meses do ano. Aquele país possuía uma população de pouco mais de 44 milhões de habitantes, cerca de 20% de nossa população. Por esse parâmetro, estávamos melhores que eles.
A guerra continua matando e os especialistas calculam que mil civis lá morreram. O número de militares é mais nebuloso porque sua divulgação implica quase sempre em informação confidencial. Números que somente serão confiáveis após o fim do conflito, mas o milhar de civis oficialmente mortos na guerra na Ucrânia em um mês representa o equivalente a três ou quatro dias de mortes por Covid-19. Isso nos dá as dimensões dessas tragédias.
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