Com a aplicação da segunda dose em idosos acima de 80 anos, a redução pode alcançar 27% nos próximos meses
Eduardo Kokubun, Unesp
Desenvolvidas em velocidade sem precedente, o desafio agora é o de produzir e distribuir as vacinas contra a SarsCov-2 em escalar suficiente para atender à população. Enquanto isso não ocorre é necessário fazer escolhas e estabelecer prioridades.
Seguindo orientação federal e estadual, Rio Claro tem como alvo nesta primeira fase, os profissionais de saúde e os idosos acima de 60 anos. Com 5,5% da população total do município já vacinada, estamos em compasso de espera para completar a aplicação da primeira dose idosos entre 60 e 79 anos.
Idosos e pessoas com comorbidades são mais suscetíveis a desenvolverem as formas mais graves da Covid-19, requerem mais internações e registram mais óbitos. Portanto, faz muito sentido, que eles sejam os alvos prioritários.
A proporção de idosos afetados pela Covid-19 no ano passado de 15,7% não é muito diferente da proporção de 16,8% na população. Os 60,3% de adultos de 20 a 59 anos tem mais risco de adquirir a doença, pois responderam por 78,5% dos casos.
Os idosos levam desvantagem com as internações e óbitos: eles respondem por 50,5 % das internações e 76% dos óbitos. As vacinas, de acordo com estudos científicos, praticamente eliminam os casos mais graves da Covid-19 e também os óbitos. Portanto, se a população de idosos estiver imunizada, as internações cairão para a metade desafogando hospitais e o sofrimento de pacientes e familiares. O potencial para reduzir óbitos é maior ainda: 3 em cada óbitos serão evitados.
Rio Claro tem parte da população com mais de 80 anos, já cobertos com a primeira dose da vacina, que corresponde a 2,3%. Parece pouco, mas os efeitos sobre a epidemia não são nada desprezíveis. Após a segunda dose, pode-se evitar 14,9% das internações e 26,9% dos óbitos. Com 2,3% de vacinados evitando 26,9% das mortes. Um ganho e tanto.
Quando a vacinação alcançar aqueles com mais de 60 anos, serão outros 14,5%, que somados aos de mais de 80 anos, serão 16,8%. Com essa cobertura, serão evitados 50,4% de internações, e 76% de óbitos.
Em tempos de cobertor curto, a estratégia de priorizar a vacinação de idosos, como se vê, é bastante efetiva.
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