Eduardo Kokubun. Unesp
Rio Claro anunciou seu plano de vacinação contra o novo coronavírus. Toda estrutura disponível, apoiada nos ombros da experiência em imunização do município, do estado e do país, será lançada para conter a destruição provocada pelo vírus. Essa fortaleza, prometem, será capaz de aplicar 1.600 doses de vacina por dia. É um número e tanto. O alcance voo será ditada pela velocidade de alimentar o Santo Graal: sem doses disponíveis de vacina, não passará de um voo de galinha. Ou nem isso, como aconteceu com as vacinas que não saíram do chão da Índia.
Em 2020 olhamos para a Ásia e depois Europa nos perguntando quando aquelas cenas de filmes catástrofe chegariam aqui. Prendemos a respiração quando o primeiro caso foi confirmado no Brasil. Muitos em pânico, se trancaram em suas casas, fazendo das telas de computador e TV, as suas janelas. Com a pandemia já batendo em nossas canelas, aguardamos repetir por aqui, o terror que passaram nossos conterrâneos na Itália, Equador e no Amazonas.
Aos poucos, o vírus cedeu e relaxamos. Porém, atônitos, o mundo aprendeu que reduzir o número de casos não é o mesmo que acabar com a pandemia. Ela voltou revigorada no final do ano e com a mesma fúria que atacou e continua a atacar a Europa. Manaus de janeiro de 2021 é uma “reprise”, com maior requinte de crueldade, do que a pandemia foi no ano passado. Por lá, a pandemia fora tão violenta que, por alguns meses, acreditamos que o pior não se repetiria, como o raio que não cai duas vezes no mesmo lugar. A imunidade rebanho que acreditava-se ter sido alcançada não se confirmou e o raio caiu no mesmo lugar.
Até agora, o distanciamento, isolamento, lockdowns eram as únicas defesas contra o vírus, que por enquanto, leva vantagem. O vai e vem das medidas de distanciamento está dando com os burros n'agua. É uma meia verdade, pois sem ele, seria pior. É meia verdade também porque poderia ser melhor. É uma medida defensiva, implementada pela ameaça do vírus oponente. É passiva pois sobre o vírus, não temos controle: é ele quem manda. O vírus, por enquanto, está dando um olé.
A vacina é a ferramenta para virar o jogo, uma oportunidade para tomar o controle e partir para o contra-ataque. Mas como no futebol, atacar não é mandar todo mundo para a frente do gol adversário. É preciso ter estratégia, um esquema tático bem planejado e bem executado. Nosso jogo contra o corona está com a equipe organizada no campo com o atacante que nos faltava.
Porém, não podemos esquecer da defesa, muito mal até agora, por deixar o vírus passar mais de 7 mil vezes e fazer mais de 170 gols. Precisamos fortalecer as medidas de proteção, agora proferida pela autoridade que autorizou as vacinas: ainda não existe tratamento comprovadamente eficaz contra o covid-19. Mesmo com a vacinação em andamento, uso de máscaras, distanciamento, higienização de mãos precisam ser mantidas.
Domingo, 17/01, foi de 2 x 0. Vamos continuar assim, afinal, 1 x 7 nunca mais.
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