Adilson Roberto Gonçalves
IPBEN - Unesp Rio Claro
A vacina Coronavac foi testada nas etapas clínicas em grupos de voluntários formados principalmente por profissionais da saúde, com alto risco de contaminação, e, por isso, resultou uma eficácia global menor do que outras congêneres, pois a carga viral a que os voluntários estavam submetidos é maior do que a média da maioria da população. Na comunicação final do Instituto Butantã tal destaque foi deixado de lado, criando uma falsa ideia de que a vacina seria inferior, o que não é.
Com o início da vacinação em todo o país, alguns aspectos tornaram-se mais visíveis. A Anvisa assumiu a responsabilidade da decisão sobre a segurança e adequação das vacinas e fez reunião pública, vista em rede nacional. O receio de que o órgão estivesse submetido a interesses escusos caiu por terra.
Foi ressaltada a importância do investimento em ciência básica e aplicada, cada vez mais dificultada em função de restrições orçamentárias e tentativas de interferência na autonomia de instituições públicas. Observamos também a importância de formulação de políticas diplomáticas para que as conversações com outros países prosperem, o que não aconteceu em relação à Índia, por exemplo.
Por fim, ter o rótulo de especialista em logística não resolveu a falta de insumos para fabricar as vacinas, o não fornecimento de seringas e agulhas e, após a aprovação das vacinas e liberação da cota do Butantã para o resto do país, a desorganização no horário de voos para levar os imunizantes para outros estados.
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