Eduardo Kokubun - Unesp
A variante delta, avisou a Organização Mundial de Saúde, poderá ser dominante no mundo, colocando em risco os esforços, ainda desiguais, de vacinação da população. Um rápido exame da distribuição dessa variante pelos países, conforme o site "Our World in Data" mostra que 6 semanas após romper a prevalência de 20%, a delta passa a se dominante com 90%. No Brasil, esse limite de 20% foi rompido por volta do dia 20 de julho. Se a tendência nos outros países se repetir por aqui, podemos esperar a circulação da delta a todo vapor no início de setembro.
https://ourworldindata.org
Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC - Centers for Disease Control and Prevention) relacionaram as principais características da variante delta:
1. Apresentam transmissibilidade maior que o dobro. Com a cepa original, uma pessoa infectada poderia transmitir a doença para 2 ou 3 pessoas, enquanto com a delta seriam para 5 ou mais pessoas.
2. Alguns estudos sugerem evolução mais grave em pessoas não vacinados. Essa é uma possível causa para que cerca de 90% dos óbitos nos EUA estejam ocorrendo em pessoas sem vacinação.
3. Pessoas completamente imunizadas podem transmitir a variante delta, o que não é esperado com as outras cepas. A boa notícia é que vacinados permanecem doentes por menos tempo do que os não vacinados.
4. Vacinas continuam a proteger contra a doença. Contudo, contra a delta, a aplicação da segunda dose é fundamental: a proteção com somente uma dose é consideravelmente mais fraca.
As medidas para evitar a infecção e manter a transmissão comunitária sob controle são as mesmas daquelas recomendadas até agora: manter o distanciamento, usar máscara, não aglomerar, permanecer em ambientes ventilados e claro, tomar as duas doses da vacina.
É necessário redobrar a atenção porque a delta está mais apta a vencer as barreiras conhecidas. Ela se transmite com contatos muito mais curtos, até mesmo de poucos segundos, a quantidade expelida por uma pessoa infectada pela delta pode ser 1.000 vezes maior do que as variantes ancestrais.
Sem os cuidados já bem conhecidos, repetidos até a exaustão, a variante delta pode se espalhar sim.
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